Ícone do site Edição Brasília

ARUC: Primeira escola de samba do DF celebra legado e se prepara para o Carnaval 2025

Aruc

Foto: Arquivo ARUC

A Associação Recreativa Unidos do Cruzeiro (ARUC), primeira escola de samba do Distrito Federal, segue mantendo viva a cultura do samba na capital. Fundada em 1961 por moradores do Cruzeiro, um ano após a inauguração de Brasília, a ARUC se tornou referência no carnaval e no esporte local.

Neste ano, a escola realizará seu tradicional desfile de carnaval no dia 23 de fevereiro, na Avenida das Mangueiras, com concentração às 15h e início às 16h30. O tema escolhido para 2025 é “O Samba no DF é Resistência Cultural”, reforçando sua importância histórica na cidade.

📌 A história da ARUC e sua ligação com o Rio de Janeiro

A ARUC nasceu da paixão de um grupo de funcionários públicos transferidos do Rio de Janeiro, que trouxeram a tradição do samba para Brasília. O Cruzeiro, antes chamado de Bairro do Gavião, recebeu muitos desses trabalhadores, que sentiram falta das escolas de samba cariocas e decidiram fundar a própria.

Desde então, a ARUC acumulou 31 títulos de campeã dos desfiles de samba do DF, tornando-se a maior vencedora da história da competição.

Hélio dos Santos, ex-presidente da escola e atual presidente do Instituto ARUC, acompanhou essa trajetória desde 1974:

“A ARUC sempre foi um ponto de encontro da comunidade. Aqui é uma grande família que se fortalece a cada geração.”

📌 De ensaios na rua à sede no Cruzeiro

Nos primeiros anos, os ensaios da escola ocorriam pelas ruas do Cruzeiro. Isso mudou em 1974, quando a ARUC ocupou a sede do extinto Clube Cruzeiro do Sul, onde permanece até hoje.

O presidente da escola, Robson Oliveira, destaca a importância desse espaço:

“A sede da ARUC é um símbolo de resistência e tradição. Aqui, samba e cultura caminham juntos há décadas.”

📌 O esporte como parte da identidade da ARUC

Além do samba, a ARUC também tem uma forte tradição no esporte, especialmente no futsal. Em 1974, foi criado o departamento esportivo, formando times masculinos e femininos que conquistaram títulos importantes.

Essa atuação esportiva fortaleceu ainda mais o vínculo da ARUC com a comunidade do Cruzeiro.

📌 Desafios e momentos marcantes da história

A ARUC enfrentou desafios ao longo dos anos, especialmente durante a ditadura militar (1964-1985). Em 1977, a escola foi alvo de perseguições devido ao seu apoio ao bloco Pacotão, que criticava o regime.

Hélio dos Santos relembra esse período:

“A ARUC era um espaço de resistência cultural. Passamos por momentos difíceis, mas nunca desistimos de manter viva nossa tradição.”

Outro episódio marcante ocorreu em 1979, quando a bandeira da escola desapareceu momentos antes do desfile. A porta-bandeira Estela teve que desfilar segurando uma pluma no lugar da bandeira, e a ARUC acabou perdendo pontos na competição. O mistério nunca foi resolvido.

📌 Reconhecimento e legado cultural

A ARUC recebeu o título de Patrimônio Cultural Imaterial do Distrito Federal em 2009, consolidando seu papel na cultura brasiliense.

A escola também já recebeu grandes nomes do samba brasileiro, como Paulinho da Viola, Dona Ivone Lara, Haroldo Melodia e Elza Soares, que passaram pela sede para prestigiar a história e a luta da associação.

Em outubro de 2025, a ARUC completará 64 anos, reafirmando sua relevância para a cultura do DF.

📌 Conclusão

Com uma história de resistência, cultura e tradição, a ARUC segue como um símbolo do samba no Distrito Federal. A escola de samba do Cruzeiro continua promovendo o carnaval, o esporte e o envolvimento da comunidade, mantendo vivo o espírito do samba em Brasília.

O desfile de 2025 promete celebrar essa trajetória com alegria e emoção, reforçando que o samba no DF segue forte e pulsante.

Sair da versão mobile