Edição Brasília

Arquitetos debatem futuro das cidades frente às mudanças climáticas

Em Brasília, a Conferência CAU 2025 reuniu 4,5 mil profissionais para discutir o papel da arquitetura e urbanismo no combate às mudanças climáticas e na construção de cidades mais resilientes.
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Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil

Em um evento de significativa importância para o futuro urbano e a sustentabilidade, a capital federal, Brasília, sediou a Conferência Internacional CAU 2025. O encontro, que reuniu um impressionante número de cerca de 4,5 mil profissionais, teve como foco principal debater o papel crucial da arquitetura e do urbanismo no enfrentamento das complexas mudanças climáticas. Além disso, os participantes buscaram soluções inovadoras para construir cidades mais resilientes e preparadas para os desafios ambientais contemporâneos.

Arquitetura e Urbanismo no Cenário Climático Global

Organizada pelo Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil (CAU/BR), a conferência se estendeu por vários dias, culminando no sábado (6). Os especialistas da área aprofundaram-se nas questões mais urgentes que afetam a vida nas metrópoles. Primeiramente, um dos temas centrais foi a contribuição negativa do planejamento e da expansão da geografia urbana para o aumento das emissões de gases de efeito estufa. Essa discussão ganha ainda mais relevância com a proximidade da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP 30), agendada para novembro de 2025 em Belém do Pará, o que intensifica a urgência de soluções práticas.

Adicionalmente, os debates nos painéis abordaram os imensos desafios que a arquitetura moderna enfrenta para mitigar os efeitos adversos das alterações climáticas. Consequentemente, a busca por tornar as cidades mais robustas e capazes de resistir a eventos extremos, como inundações e outros desastres naturais, foi um pilar fundamental das discussões. Para tanto, os profissionais ressaltaram a indispensável necessidade de desenvolver abordagens que harmonizem a sustentabilidade ambiental com o desenvolvimento urbano progressivo.

Rumo a Cidades Sustentáveis e Inclusivas

A partir da Conferência CAU 2025, emergiu um consenso claro sobre a urgência de implementar estratégias que integrem infraestruturas verdes, designs energeticamente eficientes e sistemas de transporte público eficazes. Essas medidas são vistas como essenciais para reduzir a pegada ecológica das cidades e, por outro lado, melhorar a qualidade de vida dos seus habitantes. Os arquitetos e urbanistas, portanto, reconhecem que a transformação urbana sustentável não é apenas uma opção, mas uma imperativa para garantir um futuro habitável.

Além das discussões sobre sustentabilidade e resiliência climática, o evento ampliou seu escopo para incluir outras questões sociais de grande importância. Por exemplo, foram abordados o direito à cidade para pessoas LGBTQIAPN+ e, igualmente crucial, a justiça ambiental em relação aos povos originários. Esses tópicos enfatizam a visão de que o planejamento urbano deve ser equitativo e inclusivo, garantindo que todas as comunidades tenham acesso justo aos recursos e aos benefícios do ambiente urbano.

Legado e Perspectivas Futuras

A presidente do CAU/BR, Patrícia Sarquis Herden, avaliou o evento como um sucesso notável. Segundo ela, a conferência conseguiu fomentar debates de extrema importância para o cenário social e profissional. Ela salientou a capacidade do conselho, mesmo com quase 15 anos de existência, de promover discussões essenciais em arquitetura e urbanismo. Nesse sentido, Patrícia Herden destacou temas como habitação digna, mobilidade urbana eficiente, o combate às mudanças climáticas e, finalmente, a inclusão social como pilares da atuação do CAU/BR.

Em conclusão, a Conferência Internacional CAU 2025 serviu como um catalisador para a reflexão e a ação. Ao reunir milhares de profissionais para debater desafios tão multifacetados, o evento não só fortaleceu a conscientização sobre as responsabilidades da arquitetura e do urbanismo, mas também estabeleceu uma base sólida para a implementação de soluções inovadoras. Assim, as discussões em Brasília pavimentam o caminho para a criação de cidades mais sustentáveis, justas e resilientes, verdadeiramente preparadas para os desafios do século XXI.

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