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Argentina ordena prisão de 61 foragidos brasileiros dos atos de 8 de janeiro

Decisão do juiz Daniel Rafecas atende pedidos de extradição enviados pelo STF. Dois foragidos já foram capturados na Argentina, incluindo um condenado a 17 anos.
prisão de foragidos do atentados de 8 de janeiro da argentina
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

A Justiça da Argentina emitiu mandados de prisão contra 61 brasileiros envolvidos nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023. A decisão do juiz Daniel Rafecas, da 3ª Vara Federal da Argentina, segue pedidos de extradição enviados pela embaixada brasileira em Buenos Aires, atendendo determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, relator das ações penais relacionadas ao caso.

O pedido de extradição foi feito para 63 pessoas, mas dois deles já foram presos na Argentina, demonstrando a efetividade da cooperação entre os países.

Primeira prisão em La Plata

Na quinta-feira (14), a polícia da província de Buenos Aires realizou a primeira prisão, capturando Joelton Gusmão de Oliveira, de 47 anos, na cidade de La Plata. Ele foi condenado no Brasil a 17 anos de prisão por crimes como abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, dano qualificado e associação criminosa armada.

De acordo com o relatório policial argentino, Joelton foi identificado após patrulhamento de rotina, no qual uma agente suspeitou de sua atitude. Após consulta ao sistema, as autoridades confirmaram que ele estava na lista de extradição enviada pela Justiça brasileira. Joelton estava em liberdade provisória com medidas cautelares, mas descumpriu as condições impostas pelo STF, incluindo o uso de tornozeleira eletrônica e a proibição de deixar o país.

Ações coordenadas de extradição

Os pedidos de extradição enviados à Argentina refletem o esforço do Brasil em responsabilizar os envolvidos nos ataques às sedes dos Três Poderes. Os atos de 8 de janeiro, amplamente condenados nacional e internacionalmente, resultaram em destruição de patrimônio público e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito.

O ministro Alexandre de Moraes reforçou a importância da colaboração internacional para a aplicação da justiça, destacando que crimes contra a democracia transcendem fronteiras e exigem respostas coordenadas entre os países.

Repercussões e próximos passos

A decisão da Justiça argentina é um passo significativo no cumprimento dos pedidos do Brasil e reflete a seriedade com que a comunidade internacional trata ameaças à democracia. Novas prisões podem ocorrer nos próximos dias, à medida que as autoridades argentinas intensificam o cumprimento dos mandados.

No Brasil, o caso segue em julgamento, com condenações já proferidas contra outros envolvidos. O STF continua a liderar os esforços para garantir que todos os responsáveis enfrentem a Justiça, dentro e fora do país.