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Anvisa proíbe venda de 19 produtos da Black Skull por descumprimento de normas

Resolução impede fabricação e comercialização de suplementos manipulados sem prescrição individualizada; empresa afirma que tomará medidas para reverter decisão
Black Skull
Foto: Divulgação

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinou a proibição da venda, fabricação, distribuição e propaganda de 19 produtos da marca Black Skull Pharma. A medida foi publicada no Diário Oficial da União e tem como foco a comercialização de suplementos manipulados pela farmácia Oficial Med, do Paraná. Segundo a Anvisa, os produtos eram vendidos de forma padronizada, sem prescrição individualizada, o que contraria normas sanitárias.

Produtos proibidos pela Anvisa

A lista de produtos que tiveram a comercialização suspensa inclui suplementos voltados para desempenho físico, saúde masculina e queima de gordura. Confira a relação completa:

  • Epidemium
  • Tukersterone
  • Tribulus Terrestris
  • Ashwagandha
  • Ioimbina
  • Long Jack
  • Libido Black (versões masculina e feminina)
  • Prostate Black
  • Prostate
  • Lipolysis (linhas Night e Day)
  • Krakatoa
  • Ozzyblack (dose adaptativa e dose plena)
  • Blackoff
  • Creatina Nootropic
  • Mr. Testo
  • Oppenheimer

Motivação da proibição

De acordo com a Anvisa, os produtos eram comercializados de forma padronizada e sem prescrição individualizada, contrariando a Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) nº 67/2007. A norma exige que farmácias de manipulação sigam protocolos específicos para garantir que os suplementos sejam formulados conforme as necessidades de cada paciente.

A agência também identificou que a venda e a publicidade dos produtos ocorriam no site da Black Skull, o que fere as regras de boas práticas da manipulação farmacêutica. Farmácias desse segmento não podem realizar propagandas ou vender produtos de forma ampla, pois isso compromete a segurança dos consumidores.

Segundo o farmacêutico Antônio Geraldo, membro do Conselho Federal de Farmácia (CFF), a venda generalizada desses produtos pode trazer riscos à saúde. “As farmácias de manipulação devem respeitar protocolos rígidos para ajustar fórmulas conforme as necessidades dos pacientes. O uso de produtos manipulados sem individualização pode mascarar práticas incorretas de comercialização”, explicou.

Posicionamento da Black Skull

Em nota, a Black Skull esclareceu que a proibição afeta apenas as fórmulas manipuladas pela Oficial Med, farmácia licenciada para a produção dos suplementos. A empresa afirmou que nenhum produto da sua linha tradicional de suplementos alimentares foi questionado pela Anvisa.

A Black Skull também informou que a Oficial Med já tomou providências administrativas e judiciais para garantir a continuidade da comercialização dos produtos afetados. Enquanto isso, a Anvisa reforça que as empresas devem seguir rigorosamente as normas sanitárias para garantir a qualidade e a segurança dos produtos disponibilizados no mercado.

Contexto e fiscalização do setor

A decisão da Anvisa ocorre em um momento de maior fiscalização sobre suplementos alimentares. Em dezembro de 2024, a Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) prorrogou o prazo para fiscalizar 48 marcas de whey protein suspeitas de adulteração, conforme levantamento da Associação Brasileira de Empresas de Produtos Nutricionais (Abenutri).

Além disso, o presidente da Abenutri e da Black Skull, Marcelo Bella, foi denunciado por concorrentes da Associação Brasileira dos Fabricantes de Suplementos Nutricionais (Brasnutri). A acusação envolve suposta manipulação de testes laboratoriais para prejudicar concorrentes e práticas de competição desleal. Bella nega as acusações.

A Anvisa segue monitorando o setor e reforça a importância de os consumidores verificarem a procedência e a regularização dos suplementos antes da compra.