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ANS amplia rastreamento do câncer de mama e garante mamografia a partir dos 40 anos nos planos de saúde

Com nova diretriz, mulheres de 40 a 74 anos terão direito ao exame, e planos devem avisar pacientes entre 50 e 69 anos a cada dois anos
prevenção câncer de mama
Foto: Freepick

Medida amplia prevenção e fortalece diagnóstico precoce

A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) anunciou, nesta segunda-feira (24), uma nova diretriz que amplia a faixa etária para rastreamento do câncer de mama nos planos de saúde.

Agora, mulheres de 40 a 74 anos passam a ter direito à mamografia preventiva coberta pelos convênios. Para aquelas entre 50 e 69 anos, os planos deverão enviar avisos periódicos a cada dois anos lembrando da importância do exame.

A decisão foi tomada após intensa mobilização de entidades médicas, movimentos sociais e resultados de uma consulta pública. O objetivo é aumentar a detecção precoce e reduzir as taxas de mortalidade pela doença no Brasil.

Câncer de mama atinge mulheres jovens e exige atenção

Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), 40% dos diagnósticos e 22% das mortes por câncer de mama ocorrem antes dos 50 anos.

Com base nesses dados, especialistas defenderam que manter o rastreio somente a partir dos 50 anos seria um retrocesso.

“Em um país com alta incidência da doença em mulheres mais jovens, começar o rastreio aos 40 salva vidas”, destacou Rubens Chojniak, presidente do Colégio Brasileiro de Radiologia (CBR).

Exames não poderão ser negados por planos

Outra mudança significativa é a garantia de que os planos de saúde não poderão recusar mamografias solicitadas por médicos, mesmo fora de programas certificados.

A nova norma também assegura que mulheres com risco aumentado, independentemente da idade, tenham direito ao rastreamento adequado.

Essas medidas visam reduzir atrasos no diagnóstico, que comprometem o tratamento e impactam diretamente o prognóstico.

Decisão se baseia em dados e representa avanço

A Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) celebrou a medida, afirmando que ela é fruto de evidências científicas e da luta contra o retrocesso.

“Um diagnóstico precoce salva vidas. Essa decisão respeita a ciência e valoriza o cuidado com a mulher brasileira”, afirmou o mastologista Tufi Hassan, presidente da SBM.

Estudos mostram que, quando descoberto no estágio inicial, o câncer de mama tem índice de cura superior a 95%.

Caminho otimista para o combate à doença

A nova diretriz representa um passo importante para a equidade no acesso à saúde. Ela fortalece a prevenção e reafirma a importância da informação como ferramenta de cuidado.

Com mais mulheres tendo acesso ao rastreamento, espera-se uma redução significativa nos casos avançados da doença e um impacto positivo na saúde pública.