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Amamentação: essencial para saúde e ambiente sustentável, diz Fiocruz

Amamentação sustentabilidade ambiental

Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil/Arquivo

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) sublinha a essencialidade da amamentação não apenas para a saúde e o bem-estar de mães e bebês, mas também como um pilar fundamental na construção de um futuro mais sustentável. Em virtude da Semana Mundial da Amamentação (SMAM), a instituição destaca como o aleitamento materno contribui ativamente para a redução dos impactos ambientais severos frequentemente associados às alternativas artificiais de alimentação infantil.

Amamentação e Sustentabilidade Ambiental

O aleitamento materno é intrinsecamente uma prática natural e ecologicamente consciente. Primeiramente, a Fiocruz ressalta que essa forma de nutrição infantil é renovável e segura para o meio ambiente, pois não gera resíduos poluentes. Além disso, ela opera de forma independente de cadeias industriais que, por sua natureza, costumam ser grandes emissoras de poluentes. Portanto, ao optar pela amamentação, há uma notável diminuição da pegada climática que seria gerada pela produção e descarte de fórmulas infantis.

João Aprígio Guerra de Almeida, coordenador da Rede de Bancos de Leite Humano (RBLH), enfatiza a dimensão mais ampla dessa prática. Conforme ele descreve, promover e proteger a amamentação representa um investimento direto em sistemas de cuidado que respeitam o ecossistema, salvaguardam vidas e fortalecem os compromissos globais com a saúde pública. Para tanto, é imperativo que haja um esforço conjunto para estabelecer e manter um suporte contínuo e eficaz à amamentação, por meio da edificação de redes de apoio robustas e duradouras.

A Abrangência da Rede de Bancos de Leite Humano no Brasil

A Rede de Bancos de Leite Humano, uma iniciativa articulada e coordenada pela Fiocruz, emerge como um dos exemplos mais proeminentes de cooperação internacional na área da saúde pública. Consequentemente, essa rede desempenha um papel vital na drástica redução da mortalidade neonatal em escala global. Adicionalmente, a RBLH está ativamente envolvida em diversos projetos de cooperação técnica internacional, todos direcionados ao fortalecimento das políticas públicas de saúde neonatal.

Este modelo de colaboração solidária, que foi concebido e desenvolvido no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) do Brasil, alcançou reconhecimento internacional. Atualmente, ele serve como uma referência global em aspectos cruciais como inovação social, equidade na saúde e o avanço da saúde pública para todos.

Impacto e Atendimento em Território Nacional

A campanha da Semana Mundial da Amamentação de 2024 teve início em 1º de agosto. Dados recentes revelam o alcance substancial da rede no Brasil: os 234 bancos de leite humano e os 249 postos de coleta espalhados pelo país realizaram, em 2024, mais de 2,3 milhões de atendimentos a nutrizes. Além dos atendimentos individuais, o levantamento nacional aponta para 460,5 mil atendimentos em grupo e 281,3 mil visitas domiciliares, demonstrando a vasta capilaridade e a importância singular do serviço no combate ao desmame precoce.

É crucial destacar que todos esses serviços são oferecidos gratuitamente e estão plenamente integrados às ações do SUS. Paralelamente ao acolhimento e à orientação, seja ela individualizada ou em grupo, a rede também coordena e incentiva a doação de leite humano. Essa prática é indispensável para a sobrevivência de recém-nascidos internados em Unidades de Terapia Intensiva Neonatais (UTINs), especialmente aqueles prematuros e de baixo peso. Neste ano, um volume impressionante de 245,8 mil litros de leite humano foi doado aos bancos em todas as regiões do Brasil, solidificando o impacto positivo da rede.

Benefícios Abrangentes da Amamentação

Promover o aleitamento materno é, em sua essência, garantir direitos e aprimorar a qualidade de vida tanto para o bebê quanto para a mãe. Para os lactentes, os benefícios são numerosos e de longo prazo: incluem uma notável redução na incidência de infecções respiratórias e gastrointestinais. Ademais, há uma diminuição significativa no risco de desenvolver doenças metabólicas e cardiovasculares em fases posteriores da vida.

Por outro lado, para a mulher, a amamentação oferece vantagens importantes para a sua saúde pós-parto. Ela favorece a recuperação física após o nascimento do bebê e auxilia na redução do risco de câncer de mama. Além disso, pode contribuir para a prevenção de outras condições de saúde, reforçando o bem-estar materno geral. Em suma, o aleitamento materno se apresenta como uma prática com múltiplos benefícios, consolidando-se como um ato de cuidado integral e sustentável.

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