Edição Brasília

Aluno de 12 anos baleado em escola da Maré durante ação policial

Um menino de 12 anos foi baleado na perna nesta quarta-feira (26) dentro de uma escola no Complexo da Maré, Rio, durante ação policial.
Menino baleado escola Maré
Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

Um menino de apenas 12 anos foi atingido na perna esquerda nesta quarta-feira, 26 de junho, enquanto estava no pátio da Escola Municipal Hélio Smidt, localizada no Complexo da Maré, Rio de Janeiro. O incidente ocorreu durante uma intensa operação policial na região, gerando preocupação e mobilização das autoridades.

Detalhes do Incidente e o Atendimento Médico

De acordo com informações divulgadas pela Secretaria Municipal de Educação, o projétil atingiu a perna esquerda do jovem estudante. Imediatamente após o ocorrido, o menino recebeu os primeiros socorros na Clínica da Família local. Posteriormente, devido à necessidade de cuidados mais especializados, ele foi transferido para o Hospital Getúlio Vargas.

No hospital, o garoto permanece sob supervisão médica, porém, as notícias são tranquilizadoras: seu quadro de saúde é estável e, felizmente, ele não corre risco de vida. A rápida resposta das equipes de saúde foi fundamental para garantir a assistência necessária à vítima.

O Contexto da Operação Policial

A Polícia Civil, por sua vez, explicou que a operação foi deflagrada após o recebimento de informações de inteligência. Essas informações indicavam uma significativa movimentação de indivíduos armados dentro do Complexo da Maré, os quais estariam se preparando para atacar uma comunidade rival. Diante desse cenário de iminente confronto, as forças de segurança agiram preventivamente.

Em seguida, a Subsecretaria de Inteligência (Ssinte) e a Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) iniciaram uma ação emergencial na área. O objetivo principal da operação, conforme comunicado oficial da Polícia Civil, era “evitar um confronto que poderia fazer diversas vítimas inocentes”. Curiosamente, o comunicado policial não fez menção explícita ao estudante baleado, focando-se nas ações contra os criminosos.

Durante a intervenção, a polícia informou ter neutralizado três indivíduos, que foram identificados como traficantes responsáveis pela segurança de um líder de facção criminosa. Além disso, uma pessoa foi detida, e as equipes apreenderam um arsenal que incluía dois fuzis e diversas pistolas, reforçando o caráter perigoso da operação.

Consequências e Desdobramentos na Região

A ação policial no Complexo da Maré teve desdobramentos significativos para a mobilidade urbana da cidade. O Centro de Operações e Resiliência da Prefeitura do Rio (COR-Rio) informou que a Linha Amarela, uma das principais vias expressas que ligam a Zona Norte à Zona Oeste do Rio, sofreu interdições intermitentes em ambos os sentidos. Essas interrupções causaram transtornos e lentidão para motoristas e passageiros que utilizavam a via.

Portanto, o COR-Rio emitiu um alerta, solicitando que os condutores e passageiros redobrassem a atenção ao trafegar pelas vias expressas da cidade. Além disso, a prefeitura aconselhou a escolha de rotas alternativas, se possível, para evitar as áreas de risco. É importante ressaltar que as autoridades também destacaram a autonomia das forças policiais para realizar o fechamento de vias sem aviso prévio em situações de emergência.

Repercussão e Medidas de Segurança

Os impactos da operação não se limitaram apenas às vias de acesso. O Instituto Fogo Cruzado, por meio de suas plataformas nas redes sociais, revelou que pelo menos dois projéteis atingiram a janela de um dos edifícios do Centro de Ciências Matemáticas e da Natureza (CCMN) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Simultaneamente, relatos indicaram que disparos também foram ouvidos nas proximidades do prédio do Centro de Tecnologia (CT) da mesma universidade. Apesar dos estragos materiais, não houve registro de feridos nestes incidentes dentro do campus.

Em nota oficial, a Polícia Militar informou que as equipes do Rondas Especiais e Controle de Multidões (RECOM) e do Batalhão Especializado em Policiamento nas Vias Expressas (BPVE) foram mobilizadas para reforçar o patrulhamento no entorno das comunidades da Maré. Assim, as vias foram temporariamente bloqueadas como uma medida preventiva, visando proteger a integridade física dos usuários e da população em geral durante e após a operação.