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Alckmin: Brasil quer mais setores fora do tarifaço, sem retaliação

O vice-presidente Geraldo Alckmin declarou neste sábado (9) que o Brasil busca ampliar os setores isentos do tarifaço de Trump, priorizando o diálogo sobre retaliação aos EUA. Lula anunciará pacote de apoio na próxima semana.
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Foto: José Cruz/Agência Brasil

O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, afirmou neste sábado (9) que o governo brasileiro prioriza a expansão dos setores isentos das sobretaxas impostas por Donald Trump, defendendo o diálogo em vez de retaliar os Estados Unidos. Além disso, Alckmin confirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciará na próxima semana um conjunto de medidas de apoio aos segmentos econômicos afetados pelas tarifas.

Diálogo Prioritário Frente às Tarifas

Durante um evento em Guaratinguetá, no estado de São Paulo, o vice-presidente reiterou que a abordagem central do governo federal é garantir que um número maior de setores da economia nacional seja excluído das tarifas. Em consonância com essa postura, Alckmin enfatizou a importância da negociação entre os dois países como a via preferencial para a resolução do impasse comercial. “A nossa principal meta não é iniciar uma retaliação, mas sim buscar soluções. Procuramos ampliar a quantidade de setores que sejam desobrigados dessas tarifas, que consideramos extremamente injustas”, declarou ele, reforçando a crença em uma abordagem diplomática e construtiva.

Nesse sentido, o governo brasileiro está focado em proteger sua balança comercial, minimizando os impactos negativos das tarifas no cenário global. Portanto, a busca por uma solução negociada permanece como a estratégia principal para enfrentar o desafio imposto pelas medidas protecionistas.

Medidas de Apoio e Alívio Econômico

Alckmin também reiterou que o anúncio das iniciativas destinadas a auxiliar os setores da economia que foram prejudicados pelas tarifas é aguardado para a próxima semana, com a divulgação a cargo do presidente Lula. Consequentemente, estas medidas serão desenvolvidas para atenuar os efeitos adversos enfrentados pelas empresas brasileiras. Ele esclareceu que o foco do pacote de apoio será direcionado às companhias que possuem o maior volume de exportações para o mercado norte-americano e que sofreram diretamente com a imposição tarifária. Portanto, o governo busca oferecer um suporte estratégico e direcionado, assegurando a resiliência e a capacidade competitiva dessas empresas no comércio internacional.

Impacto Positivo da Isenção do IPI no Setor Automotivo

Para além das discussões sobre comércio exterior, o vice-presidente celebrou resultados encorajadores na economia doméstica. Em um outro momento, Alckmin destacou com satisfação o notável aumento nas vendas de veículos registrado em julho, um desdobramento direto da isenção do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para veículos sustentáveis, medida que havia sido implementada no mês anterior. Conforme os dados apresentados pelo governo, as vendas registraram um aumento significativo de 15,7% após a adoção dessa política fiscal.

Essa performance positiva, segundo o vice-presidente, tem um efeito multiplicador. “Essa elevação nas vendas reflete diretamente no crescimento da produção industrial, especialmente no setor automotivo, que possui uma extensa e complexa cadeia produtiva. Isso, por sua vez, impulsiona as concessionárias a comercializarem mais unidades, criando um ciclo virtuoso de crescimento econômico. Adicionalmente, a política de IPI zero possibilita que a população brasileira adquira veículos com descontos significativos, tornando-os mais acessíveis e estimulando o consumo”, complementou Alckmin, sublinhando os benefícios tanto para o consumidor quanto para a indústria.

Em suma, as recentes declarações de Geraldo Alckmin traçam um panorama da estratégia governamental que equilibra a diplomacia comercial para superar obstáculos externos e o estímulo econômico interno através de incentivos fiscais, visando a recuperação e o fortalecimento contínuo de setores vitais da economia brasileira.

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