“O olhar humano do governo, sempre com respeito aos direitos fundamentais da pessoa humana, permite que este programa possa ser estendido até aos familiares dos adictos com uma atenção muito especial”, avalia a secretária de Justiça e Cidadania, Marcela Passamani
Para ajudar pessoas a se livrar do vício – seja pelo abuso do uso de álcool, cigarro ou qualquer outra dependência – o Governo do Distrito Federal (GDF) dispõe de alguns programas. Entre eles está o Acolhe DF, que é tocado pela Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejus) e atua na prevenção, acolhimento e reinserção social de quem se propõe a mudar de vida. Em apenas seis meses, 10 mil pessoas foram atendidas.
“O uso abusivo de álcool, cigarros e outras drogas causam prejuízos à saúde, ao trabalho e à convivência familiar. Por isso, o auxílio profissional é muito importante”, explica a secretária de Justiça e Cidadania, Marcela Passamani. “O olhar humano do governo, sempre com respeito aos direitos fundamentais da pessoa humana, permite que este programa possa ser estendido até aos familiares dos adictos [dependentes químicos] com uma atenção muito especial”, completa.
Também são oferecidas palestras e atividades de prevenção, atendimento psicossocial para dependentes químicos e seus familiares. O programa ainda encaminha o dependente que busca acolhimento em Comunidade Terapêutica e auxilia na reinserção social do adicto em fase final de tratamento.
De acordo com o subsecretário de Políticas de Enfrentamento às Drogas (Subed), Diego Moreno, o reforço ao trabalho é feito com auxílio de convênio com 12 comunidades terapêuticas. São 330 vagas oferecidas neste ano à população do DF. “Nem durante a pandemia de covid o programa Acolhe DF deixou de atuar. No período mais difícil, buscamos ferramentas para que o serviço chegasse às famílias”, informou o subsecretário.
Na parte da reinserção na sociedade da pessoa tratada, a Sejus firma parceria com empresas do Sistema S, além de instituições para proporcionar cursos profissionalizantes aos beneficiados. O Acolhe DF conta ainda com uma equipe multiprofissional. No programa está incluído o acompanhamento de psicólogos e assistentes sociais, sessões individuais ou em grupo e reuniões familiares por videoconferência com os internos nas Comunidades Terapêuticas. A proposta é estreitar os laços familiares e fortalecer o tratamento.
Saúde pública
“Continuo em tratamento. De acordo com o programa, é um dia de cada vez. Vivo apenas o dia de hoje. Minha vida está 1.000% melhor que quando eu bebia e usava outras substâncias”,
avalia Cláudio Pedro, usuário de drogas por quase duas décadas
Na Secretaria de Saúde, a oferta de atendimento aos dependentes é feita por meio de oito centros de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (Caps-AD). Existem Caps-AD no Guará, Santa Maria, Sobradinho, Itapuã, Ceilândia, Samambaia e Rodoviária do Plano Piloto. Nos três últimos, o atendimento é 24 horas.
A diretora de Serviços de Saúde Mental (Dissam) da Secretaria de Saúde, Vanessa Soublin, lembrou que o alcoolismo é uma doença complexa, que exige um tratamento com acompanhamento durante muitos anos. A especialista define o dependente alcoólico como “alguém cujo álcool tenha repercussão negativa em sua vida”.
De acordo com Vanessa, se a doença é classificada de nível leve, o acolhimento é feito na atenção primária. Em casos médios e graves, é indicada a internação nos Caps-AD. “No que se refere às internações hospitalares, tivemos, de janeiro a novembro de 2021, 404 pessoas admitidas por quadro específico de abstinência relativa ao uso abusivo e crônico de álcool, e 1.299 admissões em hospitais por questões relacionadas ao uso problemático dessa substância”, explicou a responsável pela Dissam.
No ano de 2021, os oito Caps-AD do DF fizeram 80.804 atendimentos, com uma média mensal de 800 beneficiados por mês. As unidades dispõem de área para acolhimento individual ou em grupos e ainda há o acolhimento integral, com funcionamento 24 horas, em que o usuário dispõe de um leito para acompanhamento psicossocial e observação do quadro clínico de forma contínua.
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Cláudio Pedro, de 57 anos, usou drogas e álcool por quase duas décadas. Aos 35 anos, sentindo-se impotente frente ao vício, ele procurou ajuda. “Cheguei ao fundo do poço físico, mental, espiritual, financeiro, moral e familiar. Busquei ajuda numa instituição e fiquei internado por 52 dias”, lembra.
O tratamento de Cláudio seguiu no Instituto Salve a Si, conveniado do GDF. “Continuo em tratamento. De acordo com o programa, é um dia de cada vez. Vivo apenas o dia de hoje”, explica. “Minha vida está 1.000% melhor que quando eu bebia e usava outras substâncias”, comemora.
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