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Adam Driver critica postura dos estúdios à greve dos atores em estreia de Ferrari no Festival de Veneza

"Eu estou muito orgulhoso de estar aqui para ser uma representação visual de um filme que não faz parte da AMPTP"
Adam Driver no Festival de Veneza (Reprodução/La Biennale)

A ida de Adam Driver ao Festival de Veneza representa o até então raro exemplo de um astro de cinema recebendo uma autorização do SAG-AFTRA, sindicato dos atores de Hollywood, para promover seu filme durante a greve dos atores. Na conferência de imprensa para o longa, Ferrari de Michael Mann, Driver aproveitou para comentar sobre a paralisação.

“Eu estou muito orgulhoso de estar aqui para ser uma representação visual de um filme que não faz parte da AMPTP [associação que representa os estúdios] e promover os acordos interinos, uma tática eficaz da liderança da SAG,” ele disse, destacando os acordo que o permite estar em Veneza.

Dentro dos acordos interinos, estúdios e distribuidoras que não fazem parte da AMPTP, como A24 e duas responsáveis por Ferrari: Neon e STX, assinam um termo com a SAG-AFTRA prometendo que aceitarão todas as normas do próximo acordo trabalhista, quaisquer que elas sejam, assim que o contrato for firmado entre o sindicato e os estúdios. Nestes casos, filmes dessas empresas menores podem receber uma autorização para, por exemplo, levar os atores a festivais.

“O outro objetivo [de estar aqui] é obviamente para dizer: por que uma empresa de distribuição menor como a Neon ou STX International pode aceitar as demandas dos sonhos da SAG — antes de qualquer negociação, a versão dos sonhos do que a SAG pede — mas uma empresa grande como Netflix e Amazon não podem?” ele adicionou. “E todas as vezes que as pessoas do SAG apoiam um filme que já aceitou os termos num acordo interino, só deixa mais óbvio que essas pessoas estão dispostas a apoiar as pessoas com quem elas colaboram, e outras não estão,” finalizou o astro de Ferrari.

Além de Adam Driver, o elenco de Ferrari também conta com Penélope Cruz (Madres Paralelas) e Shailene Woodley (Big Little Lies) e o ator brasileiro Gabriel Leone, que interpreta o lendário piloto de corrida Alfonso de Portago. Também no longa-metragem estão Sarah Gadon (Drácula: A História Nunca Contada), Patrick Dempsey (Grey’s Anatomy), Jack O’Connell (Invencível), e Lino Musella (A Mão de Deus).

O longa se passará no verão de 1957 e mostrará o ex-piloto automobilístico (Driver) em crise. A falência persegue a empresa que ele e sua esposa, Laura (Cruz), construíram na década de 40. Seu casamento tempestuoso luta com o luto por um filho e o reconhecimento de outro, um de Enzo com Lina Lardi (Woodley). Ele decide contrariar suas perdas investindo tudo na corrida icônica Mille Migla – 1000 milhas pela Itália.

Mann dirige e é roteirista ao lado de Troy Kennedy Martin (Uma Saída de Mestre), com base no livro sobre Ferrari escrito por Brock Yates. O lançamento no Brasil será pela Diamond Films.

Renomado diretor de Fogo Contra Fogo, Colateral, Profissão: Ladrão e o Último dos Moicanos, Mann recentemente lançou Fogo Contra Fogo 2, uma continuação do clássico dos anos 90 que tinha Al Pacino e Robert De Niro, em formato de livro (mas ele espera adaptá-lo para o cinema) e dirigiu o episódio piloto de Tokyo Vice. Em termos de filmes, Ferrari é seu primeiro longa-metragem desde 2015, quando lançou Hacker com Chris Hemsworth.

Mann está trabalhando no projeto há 20 anos. Ferrari estreia em dezembro nos EUA, mas só chega no Brasil em 8 de fevereiro de 2024.

Fonte: https://www.chippu.com.br/noticias/adam-driver-ferrari-greve-dos-atores-veneza-critica-netflix-amazon-amptp