Numa era onde toda franquia de terror, de Halloween a O Exorcista, está ressurgindo, A Primeira Profecia se destaca por algumas razões. Este prequel do clássicoA Profecia, dirigido por Richard Donner em 1976, é encabeçado não só por duas mulheres, como por duas novatas no ramo das grandes franquias: a diretora Arkasha Stevenson e a atriz Nell Tiger Free.
A Profecia não é Halloween ou Exorcista, mas a aposta não deixa de ser grande. Stevenson trabalhou dirigindo curtas e episódios de algumas séries, incluindo Legião, derivada de X-Men no FX, e Tiger Free foi peça importantíssima em Servant, seriado de M. Night Shyamalan para a Apple, e teve um papel em Game of Thrones. Aqui, porém, a experiência era outra. Para a cineasta, A Primeira Profecia representa sua primeira passagem por um longa-metragem, e para a atriz, a primeira chance de protagonizar algo deste calibre.
E como elas responderam? Em entrevista ao Chippu e Omelete, Tiger Free disse que decidiu se jogar na pressão, algo que ela compartilhou com sua personagem. “Eu reconheci a pressão, e foi bem útil pra mim porque minha personagem está debaixo de muita pressão o tempo todo.”
Ela interpreta Margaret, uma jovem americana que vai para Roma dar seus primeiros passos numa vida de serviço à Igreja. “Como fã da história original, havia pressão para acertar com o filme… e é assim que minha personagem se sentia. Essa constante síndrome de impostor. Ela não sente que merece nada que tem.”
“Eu experimento isso todo minuto de cada dia,” admitiu a atriz. Sua principal parceira na aventura foi justamente Stevenson: “A forma como ela executa é com tanto amor e paixão, você nota como ela se importa, e é contagiosa. De verdade.”
Tiger Free relembra momentos quando podia olhar para o monitor e notar Stevenson ultra envolvida e participativa em cada cena. Se havia pressão, a diretora parecia imune. De fato, na nossa conversa, ela soou relaxada. A razão foi sua filosofia com o filme. Sim, o tamanho era várias vezes maior do que seus projetos na televisão, mas ela escolheu uma abordagem semelhante.
“Definitivamente não era uma situação sem pressão porque eu cresci amando A Profecia,” ela garante. O remédio foi confiar no processo. “Eu tentei lidar com o longa-metragem da mesma forma com a qual eu lido com meus curtas e episódios de televisão; tentando entender o mundo que você está e os detalhes desse mundo.” Stevenson relembrou uma conversa com a atriz brasileira Sônia Braga: “Ela disse que quando você concorda em fazer um filme, você está concordando em criar um universo e uma realidade. E você passa a viver essa realidade, quer as câmeras estejam rodando, ou não.” explicou a cineasta. “O filme é só um pedaço desse mundo que você criou.”
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Nessa construção, a parceria entre diretora e atriz foi essencial. Falando sobre seu relacionamento com Nell Tiger Free, a cineasta usou a palavra “parceiras” alguma vez. “Nell é uma força da natureza. Ela estava no set todo dia. Ela está em quase toda cena, e não é só cansativo fisicamente, mas também extremamente exaustivo num nível emocional. Ela está em horror metade do tempo,” relembra Stevenson. “Nós nos apoiamos uma na outra, e pudemos nos encorajar em cada cena. Eu não teria sobrevivido ao filme sem ela.”
Levando isso em conta, Tiger Free se diz pronta para encarar mais filmes grandes. “Eu não consigo dormir… estou enlouquecendo, para ser honesta contigo,” ela diz. “[Mas] contanto que eu goste dos roteiros, eu estou feliz de participar. Seja na TV, seja num indie, seja num filme de estúdio. Honestamente, se eu gosto da história e das pessoas ao redor, eu acho que vou me divertir.”
A Primeira Profecia é uma história repleta de morte, sangue e terror. Nos bastidores, também, houve a criação de uma camaradagem, particularmente dado o peso da responsabilidade dado a Arkasha Stevenson e Nell Tiger Free. Felizmente, elas tinham uma a outra.
Fonte: Chippu