O câncer do colo do útero é o terceiro mais incidente entre mulheres – está atrás apenas do câncer colorretal e do câncer de mama. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), em 2023 já foram estimados 17 mil novos casos de câncer do colo do útero, o que representa um risco considerado de 13,25 casos a cada 100 mil mulheres.
“Como toda neoplasia, este tipo de câncer é multifatorial, causado por uma série de fatores somados”, explica a cirurgiã oncológica do Hospital de Base Cintia Barboza Batista. “Existe um fator causal importante e está associado a praticamente todos os tumores do colo do útero: a infecção persistente, causada pelo Papilomavírus Humano (HPV)”, detalha a médica do IgesDF.
Quando a infecção persistente está associada a imunossupressão, desnutrição, multiparidade, tabagismo e doenças ginecológicas, pode ocasionar uma sequência de lesões do colo do útero, chamadas de displasias que, se não tratadas, podem evoluir para a doença. Em relação à prevenção, existe a primária e a secundária. A prevenção primária impede a infecção persistente pelo HPV. Enquanto a prevenção secundária corresponde ao famoso exame preventivo ou papanicolau. “Que busca identificar lesões do colo do útero sugestivas de atividade do vírus HPV, alterações que sejam de risco ou precursoras de câncer do colo do útero”, esclarece a médica.
Os principais sinais de alerta para a doença são sangramento vaginal persistente, dor durante a relação sexual, dor na pelve ou até sinais de insuficiência renal em tumores mais avançados. O Hospital de Base realiza atendimento de casos confirmados de câncer ou de lesões precursoras do câncer do colo do útero. “Os serviços de ginecologia oncológica e de cirurgia oncológica recebem os casos confirmados de câncer ou de displasias do colo do útero encaminhados para avaliação e tratamento cirúrgico quando indicado”, explica Cintia. “Já os serviços de oncologia clínica e radioterapia recebem e tratam os casos que necessitam de quimioterapia e radioterapia”, acrescenta.
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O diagnóstico é realizado por meio do exame físico ginecológico com coleta de fragmentos do colo do útero para biópsia e análise histopatológica. “Exames de imagem como tomografia e ressonância também são úteis para o diagnóstico, principalmente para avaliar a extensão do tumor”, ressalta a médica. “Ao contrário do que a maioria das pacientes pensa, o ultrassom transvaginal não é suficiente para dar o diagnóstico. É fundamental o exame ginecológico detalhado para avaliação do colo do útero”, destaca Cintia.
Durante as ações alusivas ao Março Lilás, também é necessário ressaltar a importância da vacinação contra o HPV em crianças e adolescentes. “No caso de adultos, é importante consultar um ginecologista sobre a vacinação, manter um estilo de vida saudável e fazer os exames preventivos regularmente”, finaliza a médica.
*Com informações do IgesDF
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