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DF Recebe Certificado da OMS por Eliminar Transmissão Vertical de HIV e Sífilis

Saiba como o Distrito Federal alcançou um marco histórico na saúde pública, sendo certificado pela Opas/OMS pela eliminação da transmissão vertical do HIV e da sífilis. Entenda os critérios e o impacto do pré-natal de qualidade.
DF Recebe Certificado da OMS por Eliminar Transmissão Vertical de HIV e Sífilis

O Distrito Federal alcançou um marco histórico na saúde pública, recebendo certificação oficial da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas/OMS) pela eliminação da transmissão vertical da sífilis e do vírus da imunodeficiência humana (HIV). Estes selos internacionais reconhecem as boas práticas e o sucesso das políticas locais no combate a essas infecções, especificamente quando transmitidas da mãe para o bebê durante a gestação, o parto ou o aleitamento.

O reconhecimento, formalizado neste mês, concedeu ao DF o prestigiado Selo Prata pela eliminação da transmissão vertical do HIV e o Selo Bronze pela sífilis. Este feito posiciona a capital federal como referência em cuidado materno-infantil e prevenção de doenças sexualmente transmissíveis (ISTs).

Beatriz Maciel, gerente de Vigilância de Infecções Sexualmente Transmissíveis da Secretaria de Saúde (SES-DF), destacou que a certificação legitima um esforço abrangente e coletivo. “Este resultado envolve desde a busca ativa por gestantes até o suporte especializado oferecido nas maternidades. Os selos demonstram que o DF consolidou um fluxo de cuidado robusto, garantindo diagnóstico precoce e tratamento ininterrupto para mães e bebês”, explica Maciel.

A gestora ressaltou que, embora o marco seja significativo, o foco da capital agora é aprimorar ainda mais os indicadores. “Nosso objetivo é assegurar que nenhuma criança nasça com infecções que podem ser evitadas com um pré-natal de excelência. O pré-natal de qualidade é a ferramenta mais poderosa para garantir que mães e bebês permaneçam saudáveis e livres do HIV e da sífilis”, afirma.

Critérios Rigorosos e o Papel do Pré-Natal

Para que o sistema de saúde do Distrito Federal recebesse os selos da Opas/OMS, foi necessário comprovar o cumprimento de critérios internacionais de excelência. Entre eles, a taxa de transmissão vertical do HIV deve ser inferior a 2%, e a incidência da doença em crianças precisa ser menor que 0,5 caso por mil nascidos vivos. Além disso, o DF precisou demonstrar que alcança mais de 95% de cobertura de exames de pré-natal e de oferta de tratamento antirretroviral para as gestantes que necessitam.

O sucesso do DF reflete o investimento na ampliação do acesso a ferramentas preventivas cruciais. A Secretaria de Saúde intensificou a distribuição de testes rápidos e o acesso às profilaxias pré-exposição (PrEP) e pós-exposição (PEP) ao HIV, garantindo que a prevenção e o tratamento cheguem a todas as camadas da população.

Quatro décadas após o primeiro registro nacional da aids, o Brasil celebra este avanço em escala nacional. O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, enfatizou o pioneirismo do país: “Somos o maior país do mundo a eliminar a transmissão vertical do HIV. Os avanços que celebramos refletem uma construção coletiva, nacional e global, que consolidou o acesso gratuito à terapia antirretroviral e às estratégias modernas de prevenção”, avalia Padilha.

O processo de certificação brasileiro, que começou em junho de 2025 com a apresentação de relatórios técnicos à Opas/OMS, reforça um cenário otimista. Dados nacionais recentes mostram uma queda de 13% nos óbitos por aids no país entre 2023 e 2024, atingindo o menor patamar em três décadas. A conquista do Distrito Federal é parte integrante e fundamental dessa trajetória de sucesso na saúde pública brasileira.