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GDF Desarticula Fraude Bilionária de R$ 1 Bilhão em Notas Fiscais Falsas

A Secretaria de Economia do DF (Seec-DF) desmantelou um esquema de fraude notas fiscais bilionária, envolvendo 11 empresas de sucata que geraram R$ 533 milhões em créditos tributários fraudulentos para terceiros nas regiões Norte e Sudeste.
fraude notas fiscais bilionária

Uma operação de fiscalização da Secretaria de Economia do Distrito Federal (Seec-DF) conseguiu desarticular um complexo esquema de fraude notas fiscais bilionária. O grupo econômico, composto por 11 empresas do setor de sucata, operava como uma rede de “empresas noteiras”, termo técnico utilizado pelo Fisco para designar pessoas jurídicas criadas exclusivamente para emitir documentos fiscais falsos ou adulterados.

As investigações detalhadas revelaram que essas 11 empresas comercializaram cerca de R$ 1 bilhão em notas fiscais fraudulentas. O principal objetivo era gerar créditos tributários ilícitos para poucas empresas localizadas nas regiões Norte e Sudeste do país. Estima-se que o crédito tributário constituído, somando impostos e multas, atinja o valor impressionante de R$ 533 milhões.

Ao todo, a Seec-DF lavrou 17 autos de infração. Desses, 11 estavam diretamente relacionados a operações que visavam a Região Norte e seis focavam a Região Sudeste. Os valores negociados ou as bases de cálculo envolvidas nesses autos de infração somam, aproximadamente, R$ 1 bilhão, consolidando o crédito tributário fraudulento em cerca de R$ 533 milhões.

O Mecanismo da Fraude: Como as ‘Noteiras’ Operavam

A identificação da fraude notas fiscais bilionária foi possível graças a análises fiscais avançadas e ao cruzamento de dados. Os auditores fiscais encontraram indícios clássicos de empresas noteiras, que funcionam como “laranjas” no esquema de sonegação. Entre as irregularidades detectadas estavam a utilização de sócios sem capacidade econômica real, endereços falsos ou incompatíveis com a atividade de sucateira, capital social irrisório, e a ausência completa de estoque e funcionários.

Apesar da falta de estrutura física e pessoal, essas empresas mantinham um intenso e atípico volume de emissões fiscais, destinadas a múltiplos destinatários. Segundo a área técnica da Secretaria de Economia, a função primordial dessas empresas é fornecer notas fiscais falsas para acobertar operações de terceiros, viabilizando a sonegação, ocultando faturamento real e, principalmente, reduzindo artificialmente o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) devido.

Silvino Nogueira, coordenador de Fiscalização Tributária da Seec-DF, destacou a importância da tecnologia no combate a esses crimes. “A modernização dos processos de fiscalização — com uso de cruzamento de dados de NF-e, CT-e e MDF-e e análises de perfil econômico — tem permitido ao Fisco identificar com maior precisão padrões característicos desse tipo de atuação irregular”, explicou Nogueira.

Prejuízos e Intensificação da Fiscalização

A atuação de empresas noteiras, além de configurar uma grave fraude notas fiscais bilionária, causa prejuízos expressivos não só ao Estado, mas também ao comércio regular e à sociedade como um todo. Os principais impactos incluem a perda maciça de arrecadação, a criação de concorrência desleal contra empresas que cumprem rigorosamente suas obrigações fiscais e o dano ao consumidor, que acaba inserido em cadeias comerciais menos transparentes e seguras.

Diante da dimensão do esquema desmantelado, a Secretaria de Economia informou que as operações de fiscalização serão intensificadas. A partir desta quinta-feira, as ações serão reforçadas em rodovias e pontos estratégicos do Distrito Federal, visando coibir novas tentativas de fraude e garantir a integridade do sistema tributário. A Seec-DF reafirma seu compromisso em utilizar ferramentas tecnológicas avançadas para proteger a arrecadação e punir severamente os responsáveis por crimes fiscais de tamanha magnitude.