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STF mantém condenação de Bolsonaro em trama golpista após rejeitar recursos

STF rejeita recursos e mantém condenação de Bolsonaro a 27 anos e 3 meses de prisão na trama golpista.
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Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) confirmou, de forma unânime, a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro e de outros seis réus envolvidos em uma trama golpista. A decisão, tomada após a rejeição de recursos apresentados pelas defesas, mantém as penas estabelecidas anteriormente, incluindo a pena de 27 anos e três meses de prisão para Bolsonaro.

Rejeição de Recursos Confirma Condenação em Trama Golpista

Os ministros da Primeira Turma do STF negaram, por quatro votos a zero, os chamados embargos de declaração, que representavam a última tentativa das defesas de obter revisão das sentenças. Estes recursos, julgados em sessão virtual encerrada na sexta-feira (14), visavam, entre outras coisas, a redução das penas e a possibilidade de evitar o cumprimento em regime fechado. Com a rejeição, a condenação do ex-presidente e dos demais envolvidos no núcleo 1 da tentativa de golpe de Estado permanece inalterada.

Próximos Passos e Possibilidade de Novos Recursos

De acordo com as normas do STF, a admissibilidade de outros recursos, como os embargos infringentes, dependeria de uma votação específica que não ocorreu no caso de Bolsonaro, que necessitaria de ao menos dois votos pela absolvição. Diante deste cenário, o ministro relator, Alexandre de Moraes, poderá considerar que qualquer novo recurso com o intuito de adiar a publicação do acórdão e o trânsito em julgado da decisão será improcedente, encerrando definitivamente o processo de apelação.

A publicação do acórdão, cuja data ainda não foi definida, marcará o início dos procedimentos para a decretação da prisão dos condenados e a definição dos locais onde as penas serão cumpridas. Este é um passo crucial para a efetivação da justiça no caso.

Situação Prisional e Possíveis Cenários para Bolsonaro

Atualmente, Jair Bolsonaro encontra-se em prisão cautelar no âmbito de investigações relacionadas ao inquérito que apura a suposta interferência dos Estados Unidos nas políticas brasileiras. Caso o ministro Alexandre de Moraes decrete a prisão definitiva, o ex-presidente poderá iniciar o cumprimento da pena relacionada à ação penal do golpe no presídio da Papuda, em Brasília, ou em uma cela especial na sede da Polícia Federal. Vale ressaltar que os demais condenados, que incluem militares e delegados da Polícia Federal, poderão cumprir suas penas em quartéis das Forças Armadas ou em alas reservadas dentro da própria Papuda.

Considerando o histórico de saúde de Bolsonaro, sua defesa poderá, ainda, pleitear o cumprimento da pena em regime domiciliar, uma medida semelhante à concedida ao ex-presidente Fernando Collor. Na ocasião, Collor, condenado em um processo da Operação Lava Jato, obteve o direito de cumprir sua pena em casa, sob monitoramento de tornozeleira eletrônica, em decorrência de questões de saúde.

Conheça os Demais Condenados e Suas Situações

Além de Jair Bolsonaro, outros seis indivíduos tiveram seus recursos negados pela Primeira Turma do STF. Entre eles estão Walter Braga Netto, ex-ministro e candidato a vice-presidente em 2022; Almir Garnier, ex-comandante da Marinha; Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança do Distrito Federal; Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI); Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa; e Alexandre Ramagem, ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).

Por outro lado, Mauro Cid, que atuou como ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, optou por assinar um acordo de delação premiada durante as investigações e, consequentemente, não apresentou recursos contra sua condenação. Atualmente, Cid já cumpre sua pena em regime aberto e não utiliza mais a tornozeleira eletrônica, indicando uma progressão em seu regime de cumprimento de pena.