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CNU 2025 atrai servidores em busca de melhores cargos e salários

A segunda edição do CNU 2025 atrai servidores públicos do DF e novos candidatos em busca de melhores salários, jornada e crescimento profissional.
Atração CNU 2025
Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

A segunda edição do Concurso Público Nacional Unificado (CNU 2025) emergiu como um forte polo de atração, especialmente para servidores públicos já atuantes no Distrito Federal e, igualmente, para novos candidatos em busca de melhores salários, condições de trabalho e um avanço notável na carreira. Este certame, inclusive, foi responsável por preencher cerca de 80% das 3.652 vagas na capital federal, o que destaca o interesse particular desse público.

A busca por ascensão profissional no CNU 2025

Os participantes, em geral, apontam a perspectiva de remunerações mais elevadas e jornadas de trabalho mais equilibradas como os principais motivadores para disputar uma nova seleção. Além disso, a possibilidade de converter um cargo temporário em uma posição definitiva no serviço público também representa um fator decisivo para muitos. Esse cenário atrai profissionais de diversas áreas e níveis de experiência, todos vislumbrando novas oportunidades no setor federal.

A arqueóloga Lívia Blandina, de 40 anos, por exemplo, é uma das candidatas que busca uma vaga, especificamente no Bloco Temático 2 (Cultura e Educação). Ocupando atualmente um cargo temporário no Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Blandina chegou com significativa antecedência ao local de prova. Originária do interior de Pernambuco, ela reside em Brasília desde o ano passado, quando assumiu seu posto provisório.

Conforme relatou a arqueóloga, sua dedicação aos estudos é contínua. Ela afirmou que, após prestar outro concurso no ano anterior, manteve o ritmo de preparação. Blandina descreveu-se como alguém já adaptada a uma rotina de estudos diária de quatro horas, mas ressaltou que intensificou sua preparação especificamente para o CNU desde julho. Entretanto, ela destacou que o conteúdo de estatística, exigido na prova do Bloco 2, representa sua maior dificuldade.

Desafios da carreira e a procura por estabilidade

Servidores públicos com anos de experiência também integram a lista de concorrentes do CNU 2025. É o caso de Rosana Silva, professora concursada da rede pública de ensino do Distrito Federal há 12 anos, com 42 anos de idade. Rosana almeja um cargo no Bloco 5 (Administração), e suas motivações estão ligadas à percepção de estagnação profissional. Ela mencionou a ausência de perspectivas claras de crescimento na sua carreira atual, bem como a frequência com que precisa levar trabalho para casa, como elementos que a impulsionaram a buscar uma vaga no governo federal.

A professora explicou que, desde os 30 anos, dedica-se a lecionar português para cerca de 200 alunos. Como consequência, ela se vê com uma grande quantidade de redações para corrigir em casa, indicando que, na prática, passa mais tempo trabalhando fora da sala de aula do que dentro dela. Além disso, com tempo limitado para estudar – apenas aos fins de semana e feriados –, Rosana Silva investe em um cursinho online e demonstra a intenção de continuar sua preparação para ingressar no Poder Judiciário, independentemente do resultado no CNU.

Adicionalmente, Rosana expressou seu descontentamento com a falta de valorização profissional do professor e a carência de um plano de carreira robusto na rede pública. Ela citou que, mesmo possuindo especialização e mestrado, seu salário líquido é de R$ 8 mil mensais. Comparativamente, um professor com doutorado recebe em torno de R$ 13 mil líquidos. Embora reconheça que esses valores possam parecer substanciais para a maioria da população, ela argumentou que são insuficientes diante do vasto estudo e preparação exigidos da profissão.

A estratégia dos novos candidatos para o serviço público

O CNU também atrai o público tradicional de não servidores, que enxergam no concurso uma porta de entrada para uma carreira profissional sólida. Fabiano Schelb, recém-formado em direito, de 32 anos, é um desses candidatos. Ele aspira a uma posição em um tribunal e planeja capitalizar a predominância de conteúdo jurídico no Bloco 7 (Justiça e Defesa) para tentar uma vaga no Poder Executivo. Paralelamente, assim como Rosana, Schelb também se prepara com foco no ingresso no Poder Judiciário.

Schelb, que chegou a um centro universitário na Asa Norte, em Brasília, por volta das 10h50, ponderou que quem possui formação em direito naturalmente detém uma vantagem. Ele também compartilhou que sua experiência na primeira edição do CNU, no ano anterior, foi útil, mas alertou para as dificuldades que enfrentou com questões de matemática. Ele recordou que, em 2024, obteve um bom desempenho nas áreas de direito e português, todavia, acertou apenas duas questões de matemática, pois não esperava que o conteúdo fosse cobrado daquela forma. Por conseguinte, ele se considera mais preparado neste ano.

Em suma, a segunda edição do CNU reflete uma confluência de aspirações. Profissionais experientes buscam melhores condições e reconhecimento, ao passo que novos talentos buscam uma entrada estratégica no serviço público, todos impulsionados pela promessa de estabilidade e crescimento que a carreira federal pode oferecer. Essa diversidade de perfis e motivações sublinha a relevância do concurso como um vetor de mobilidade social e profissional no país.