A Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro deu início, nesta quinta-feira (2), a uma vigorosa campanha de fiscalização em diversos pontos de venda de bebidas alcoólicas, como bares, restaurantes, supermercados e casas de shows. O objetivo primordial desta iniciativa é coibir e prevenir a comercialização de produtos adulterados com metanol, uma substância altamente tóxica que já provocou sérios incidentes, incluindo internações e óbitos, em outras regiões do país. Felizmente, até o momento, a capital fluminense não registrou nenhum caso de intoxicação relacionado ao metanol.
Intensificação da Fiscalização e Alerta à Saúde
Para assegurar a eficácia das operações, o Instituto Municipal de Vigilância Sanitária (Ivisa-Rio) está conduzindo as vistorias, contando com o essencial apoio do Procon. As equipes concentram-se na análise de notas fiscais, verificando meticulosamente a procedência das bebidas, com especial atenção aos destilados. Além disso, coletam amostras para análises laboratoriais em parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), buscando identificar qualquer irregularidade. Simultaneamente, a Secretaria Municipal de Saúde emitiu um alerta abrangente para toda a rede de saúde, tanto pública quanto privada, instruindo sobre a necessidade de notificar prontamente quaisquer casos suspeitos de intoxicação por metanol.
Primeiros Resultados da Operação
No decorrer do primeiro dia da fiscalização, vinte equipes foram mobilizadas para percorrer estabelecimentos em várias regiões da cidade. As ações aconteceram em bairros estratégicos, como Barra da Tijuca, na zona sudoeste; Leblon, Gávea, Botafogo, Copacabana e Ipanema, na zona sul; e Tijuca, na zona norte. Ao final da tarde, um balanço preliminar indicou que 61 estabelecimentos haviam sido inspecionados. Destes, três foram interditados por motivos de falta de higiene, evidenciando a seriedade das verificações. Ademais, diversas bebidas com rotulagens inadequadas foram apreendidas e tiveram suas amostras coletadas para análise. O secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, fez um alerta veemente sobre a seriedade do problema do metanol. Ele ressaltou a implementação de uma fiscalização extremamente rigorosa nos pontos de venda de bebidas na cidade. Além disso, Soranz informou que todas as unidades de saúde, tanto públicas quanto privadas, foram orientadas para se preparar para a rápida notificação e tratamento de qualquer caso suspeito. O secretário concluiu com uma mensagem de tolerância zero: “Não haverá tolerância em casos de adulteração das bebidas e presença de metanol”.
Riscos do Metanol e Recomendações Médicas
A ingestão de metanol, mesmo em pequenas quantidades, pode desencadear uma intoxicação severa, com consequências potencialmente fatais. Entre os sintomas mais preocupantes, que podem surgir várias horas após o consumo, incluem-se desmaios, visão turva e convulsões. Portanto, em qualquer suspeita de intoxicação, é crucial buscar atendimento médico emergencial de imediato. A rapidez no socorro aumenta significativamente as chances de reversão do quadro clínico. Geralmente, o tratamento envolve a administração de antídotos específicos, realizada em ambiente hospitalar e sob rigoroso acompanhamento médico. A propósito, a operação de fiscalização está programada para continuar nesta sexta-feira (3), com novas inspeções em estabelecimentos que comercializam bebidas alcoólicas, priorizando especialmente destilados como uísque, gim e vodca, para intensificar a cobertura e a segurança dos consumidores.
Orientações Cruciais em Caso de Intoxicação
A intoxicação por metanol constitui uma emergência médica de altíssima gravidade. Uma vez ingerida, a substância é metabolizada pelo organismo em compostos altamente tóxicos, como formaldeído e ácido fórmico, que podem culminar em morte. Os principais sinais e sintomas dessa intoxicação incluem visão turva ou perda total da visão, que pode levar à cegueira permanente, além de um mal-estar generalizado caracterizado por náuseas, vômitos, fortes dores abdominais e sudorese intensa. Diante da identificação de qualquer um desses sintomas, é imperativo procurar os serviços de emergência médica sem hesitação. Adicionalmente, recomenda-se contatar instituições especializadas para orientação, como o Disque-Intoxicação da Anvisa, pelo número 0800 722 6001, ou o Centro de Controle de Intoxicações de São Paulo (CCI), nos telefones (11) 5012-5311 ou 0800-771-3733. É igualmente vital identificar e alertar outras pessoas que possam ter consumido a mesma bebida, incentivando-as a buscar atendimento de saúde prontamente. A demora tanto na busca por atendimento quanto na identificação da intoxicação, consequentemente, eleva consideravelmente a probabilidade de um desfecho mais grave, como o óbito do paciente.