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Fachin toma posse na presidência do STF nesta segunda; Moraes será vice

Ministro Edson Fachin assume nesta segunda-feira (26) a presidência do STF por dois anos, com Alexandre de Moraes como vice-presidente da Corte.
Posse Fachin Moraes STF
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O ministro Edson Fachin assumiu nesta segunda-feira (26) a presidência do Supremo Tribunal Federal (STF) para um mandato de dois anos, marcando um novo ciclo na mais alta Corte do país. Além disso, o ministro Alexandre de Moraes foi empossado como vice-presidente, formando a nova cúpula responsável por conduzir os trabalhos jurídicos e institucionais. A cerimônia de posse ocorreu às 16h, simbolizando a transição de liderança.

Nova Liderança no Supremo Tribunal Federal

A saber, o ministro Fachin sucede Luís Roberto Barroso, que concluiu seu biênio à frente do STF. A eleição de Fachin para o cargo, realizada no mês anterior, foi de caráter simbólico, visto que a escolha segue o critério de antiguidade. Conforme o regimento interno do Supremo, o tribunal deve ser presidido pelo ministro mais antigo que ainda não ocupou a cadeira principal. Fachin, portanto, já exercia a função de vice-presidente, o que o qualificou para a sucessão.

Ainda assim, a mudança na liderança do STF é um momento de destaque para o cenário jurídico e político nacional. Desse modo, a expectativa recai sobre as pautas e a condução dos trabalhos sob a nova gestão, que se inicia em um período de intensa atividade judicial e grande impacto social. A posse de Fachin e Moraes, consequentemente, representa a continuidade e a renovação da responsabilidade institucional.

Cerimônia de Posse e a Postura do Presidente

Para a solenidade de posse, foram convidadas diversas autoridades importantes, entre elas o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e o vice-presidente, Geraldo Alckmin. Ademais, os presidentes da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado Federal, Davi Alcolumbre (União-AP), também foram convidados, evidenciando a relevância institucional do evento. Outras personalidades do meio jurídico e político complementaram a lista de convidados.

Entretanto, o ministro Fachin optou por uma cerimônia mais discreta, dispensando a tradicional festa de posse. Geralmente, essa celebração é custeada por associações de magistrados e oferecida a todos os ministros que ingressam no STF ou assumem a presidência. Essa decisão reflete, em certo sentido, seu perfil pessoal mais contido, o que já gera expectativas sobre sua postura à frente da Corte. Pessoas próximas ao ministro indicam que Fachin deverá evitar declarações polêmicas na imprensa, assim como embates diretos com políticos, preferindo um estilo de gestão focado na condução de julgamentos de grande impacto.

Pautas Relevantes na Nova Gestão

Com efeito, a primeira sessão sob o comando de Edson Fachin está agendada para a próxima quarta-feira (1º). Na ocasião, o Supremo Tribunal Federal iniciará o julgamento de uma pauta de grande relevância social e econômica: o vínculo empregatício de motoristas e entregadores de aplicativos. Esta discussão, frequentemente referida como a “uberização”, aborda a natureza da relação de trabalho entre as plataformas digitais e seus colaboradores, um tema que tem gerado intensos debates e litígios em todo o país. A decisão do STF, portanto, poderá redefinir o futuro de milhões de trabalhadores e a operação de empresas de tecnologia.

Por outro lado, a condução de pautas como essa demonstra o compromisso da nova presidência com temas que afetam diretamente a sociedade brasileira. Além disso, espera-se que Fachin mantenha o ritmo de importantes julgamentos, buscando equilibrar a celeridade processual com a profundidade necessária para decisões complexas. A atuação do ministro, em suma, será observada com atenção por diversos setores.

O Perfil dos Ministros: Edson Fachin e Alexandre de Moraes

Edson Fachin, indicado pela ex-presidente Dilma Rousseff, tomou posse no Supremo em junho de 2015. Nascido em Rondinha, no Rio Grande do Sul, construiu sua carreira jurídica no Paraná, onde se formou em direito pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Ao longo de sua trajetória no STF, Fachin atuou como relator em processos de grande repercussão nacional. Entre eles, destacam-se as investigações da Operação Lava Jato, o complexo processo sobre o marco temporal para demarcações de terras indígenas e o caso conhecido como ADPF das Favelas. Nesta última ação, foram implementadas diversas medidas para mitigar a letalidade policial durante operações contra o tráfico de drogas no Rio de Janeiro, evidenciando seu engajamento com questões de direitos humanos e segurança pública.

Já o ministro Alexandre de Moraes, que agora assume a vice-presidência, foi empossado no cargo em março de 2017, indicado pelo ex-presidente Michel Temer para suceder o ministro Teori Zavascki, falecido em um acidente aéreo. Formado pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), Moraes possui um vasto currículo no serviço público. Anteriormente, ele ocupou importantes cargos no governo de São Paulo, onde foi secretário de Segurança Pública e, posteriormente, de Transportes. Adicionalmente, serviu como ministro da Justiça no governo Temer, antes de sua chegada ao Supremo. Atualmente, ele é o relator das ações penais relacionadas à trama golpista, o que o coloca em uma posição central nas investigações sobre os ataques à democracia.