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Prêmio Jabuti 2025 homenageia a escritora Ana Maria Machado

A escritora Ana Maria Machado é a Personalidade Literária da 67ª edição do Prêmio Jabuti, que a homenageará em 2025 por sua contribuição à literatura nacional.
Ana Maria Machado Jabuti 2025
Foto: Assessoria de Comunicação – Secretaria de Governo e Integridade Pública (SEGOVI) – Prefeitura do Rio

A renomada escritora Ana Maria Machado será a Personalidade Literária da 67ª edição do Prêmio Jabuti em 2025, um dos mais importantes reconhecimentos da literatura brasileira. A homenagem prestigia sua inestimável contribuição para o cenário literário nacional, marcando a celebração de uma trajetória rica e influente que moldou gerações de leitores e consolidou a cultura do livro no país.

Reconhecimento à Trajetória Exemplar

O anúncio da escolha de Ana Maria Machado, realizado pela Câmara Brasileira do Livro (CBL), sublinha o papel fundamental da autora na literatura brasileira. Afinal, a premiação é dedicada a figuras cujas obras e atuação profissional são pilares para o fortalecimento da cultura e, consequentemente, para a formação intelectual de inúmeras pessoas. Com uma prolífica produção que ultrapassa a marca de 100 títulos, Ana Maria Machado transita por diversos gêneros, incluindo romances, ensaios, contos e uma vasta e aclamada obra infantojuvenil.

Além disso, a escritora ocupa a sexta cadeira de número 1 da Academia Brasileira de Letras (ABL), para a qual foi eleita em 24 de abril de 2003. Sua influência transcende as fronteiras nacionais; por exemplo, suas obras foram traduzidas para múltiplos idiomas e publicadas em mais de 20 países, atestando a universalidade e a qualidade de sua escrita.

Uma Carreira Multifacetada e Resiliente

A jornada profissional de Ana Maria Machado é notavelmente diversificada, iniciando-se nas artes visuais. Ela estudou pintura no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro e, posteriormente, no renomado MOMA de Nova York, participando ativamente de exposições tanto no Brasil quanto no exterior. Sua formação acadêmica inclui Letras pela antiga Faculdade Nacional de Filosofia da Universidade do Brasil, o que a levou a atuar como professora em diversas escolas e faculdades.

Jornalismo, Exílio e Formação Acadêmica

Entretanto, sua carreira como jornalista também se destacou significativamente. Após ser detida em 1969 pela ditadura militar, Ana Maria Machado precisou exilar-se na Europa. Nesse período, ela continuou sua atuação jornalística, trabalhando para a prestigiada revista Elle, em Paris, e para a BBC de Londres. Ademais, lecionou Língua Portuguesa na Universidade Sorbonne, também em Paris, onde ainda realizou sua pós-graduação. Sob a orientação do aclamado Roland Barthes, ela concluiu sua tese de doutorado, que abordava a complexidade da obra de Guimarães Rosa.

Atuação no Brasil e o Legado na Infância

Ao retornar ao Brasil, Ana Maria Machado prosseguiu com sua notável carreira no jornalismo, colaborando com veículos de grande projeção como o Correio do Manhã, o Jornal do Brasil e O Globo. Concomitantemente, contribuiu para revistas de impacto como Realidade, IstoÉ e Veja, além de semanários influentes como O Pasquim, Opinião e Movimento. É importante mencionar, ainda, que por quase duas décadas, ela foi uma das proprietárias da Malasartes, a primeira livraria do país especializada em livros infantojuvenis, evidenciando seu compromisso contínuo com a promoção da leitura entre os mais jovens.

Vasta Coleção de Prêmios e Distinções

Ao longo de sua vasta e distinta carreira, Ana Maria Machado acumulou um impressionante número de premiações, tanto no Brasil quanto internacionalmente. O Prêmio Jabuti, que agora a homenageia por sua trajetória, já a reconheceu em três ocasiões anteriores. Primeiramente, em 1978, ela venceu na categoria Literatura Infantil com a obra História meio ao contrário. Em seguida, em 1997, foi premiada na categoria Infantojuvenil por Esta força estranha. Finalmente, em 2000, recebeu o Jabuti novamente na categoria Infantojuvenil com Fiz voar meu chapéu.

Além dos Jabutis, Ana Maria Machado recebeu outras honrarias de altíssimo calibre. Em 2000, foi agraciada com o prestigiado Prêmio Hans Christian Andersen, frequentemente referido como o “Nobel da literatura infantil”, consolidando sua posição como uma das maiores vozes para crianças e jovens do mundo. Posteriormente, em 2001, a Academia Brasileira de Letras lhe concedeu o Prêmio Machado de Assis, em reconhecimento ao conjunto de sua obra. Outros importantes prêmios incluem o Casa de las Américas (Cuba), o Prêmio Cultura RJ, o Ibero-Americano de Literatura Infantil e o Príncipe Claus (Holanda), cada um deles atestando a magnitude e a relevância de seu trabalho literário e cultural.

O Legado de Uma Grande Autora

Em suma, a escolha de Ana Maria Machado como Personalidade Literária do Prêmio Jabuti 2025 é um merecido tributo a uma escritora cuja obra e vida se entrelaçam com a própria história da cultura brasileira. Sua capacidade de inspirar, educar e encantar leitores de todas as idades, aliada à sua resiliência e dedicação ao longo de uma carreira multifacetada, solidificam seu lugar como um ícone atemporal. Portanto, esta homenagem celebra não apenas seus feitos individuais, mas também o legado duradouro que ela constrói para o futuro da literatura nacional.