A cesta básica dos paulistanos registrou, em agosto, sua quarta queda consecutiva, apresentando um recuo de 2,21%. Esta diminuição foi impulsionada, sobretudo, pela redução nos preços de proteínas essenciais como carnes e ovos. De acordo com o levantamento conjunto realizado pelo Procon-SP e pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), a tendência de baixa se mantém desde o mês de maio deste ano, quebrando um ciclo de aumentos anteriores.
Movimento de Queda em Agosto
Analisando a variação entre julho e agosto deste ano, diversos produtos exerceram pressão para baixo sobre o índice geral. Entre os itens que já haviam se destacado por aumentos significativos entre abril de 2024 e 2025, notou-se agora uma reversão de preços, principalmente em carnes de primeira e de segunda, ovos e frango. Além disso, a batata e a cebola também contribuíram substancialmente para o declínio no mês.
No detalhamento por grupo, os alimentos registraram uma redução de 2,56%, enquanto os produtos de limpeza caíram 2,12%. Por outro lado, os itens de higiene pessoal apresentaram um ligeiro aumento de 1,47% no período, compensando parcialmente a queda geral.
Em agosto, as maiores quedas foram observadas na batata, que despencou 20,73%, impactando o índice em 0,33 ponto percentual. A cebola, por sua vez, recuou 16%, e o alho teve uma redução de 9,49%. Os ovos brancos diminuíram 6,59%, e o pão de forma caiu 4,44%; contudo, a contribuição desses quatro últimos para a queda geral do índice foi menos expressiva. As carnes de primeira registraram uma baixa de 3,60%, provocando um recuo de 0,51% no valor da cesta. Consequentemente, as carnes de segunda sem osso também apresentaram queda de 2,80%, impactando o índice em 0,22%. O frango resfriado inteiro variou -3,36%, influenciando o valor total com um recuo de 0,21%. Por fim, o queijo mussarela fatiado diminuiu 4,22%, com um impacto de 0,17% na redução geral.
Itens com Aumento Mensal
Apesar da tendência geral de queda da cesta básica, alguns produtos registraram aumentos no mês de agosto, especialmente no segmento de higiene pessoal. O creme dental, por exemplo, subiu 3,42%, com um impacto de 0,07% no índice. De maneira similar, o absorvente teve um acréscimo de 2,25%, influenciando o índice em 0,03%. Outros itens que contribuíram marginalmente para a alta foram o leite em pó integral (1,33%), o presunto fatiado (1,34%) e o biscoito maisena (1,43%), cada um com impacto de 0,02% no valor da cesta.
Panorama Anual: Variação em 12 Meses
Ainda que a cesta básica paulistana tenha registrado quedas mensais recentes, a análise de 12 meses revela um cenário distinto. Na comparação entre agosto do ano passado (2024) e agosto deste ano (2025), o custo da cesta para o consumidor ainda se mostra mais elevado. O valor atual é de R$ 1.295,86, superando os R$ 1.267,12 registrados no mesmo período do ano anterior. Ademais, o maior preço observado recentemente foi de R$ 1.369,81, atingido em abril de 2025.
Neste período anual, as proteínas de origem animal exerceram o impacto mais significativo nos aumentos. As carnes de segunda sem osso, por exemplo, tiveram um acréscimo de 24,40%, enquanto as carnes de primeira subiram 20,21%. No entanto, o item que apresentou o maior aumento absoluto foi o café em pó (500g), com uma impressionante elevação de 72,58% para o consumidor paulistano.
Outras proteínas também mostraram aumentos notáveis na análise anual. A linguiça fresca, por exemplo, encareceu 13,73%. O frango resfriado inteiro subiu 7,69%, a salsicha avulsa aumentou 5,52%, o presunto fatiado teve um acréscimo de 4,85%, e os ovos brancos registraram alta de 2,41%. Por outro lado, o queijo mussarela fatiado foi a única proteína pesquisada que apresentou uma queda, diminuindo 3,95% em 12 meses. As maiores reduções anuais foram observadas na batata (-55,64%), na cebola (-50,65%), no arroz (-28,21%) e no feijão carioquinha (-14,81%).
Considerações Finais
Em suma, a situação da cesta básica em São Paulo apresenta nuances importantes. Enquanto o mês de agosto trouxe um alívio com a quarta queda consecutiva, principalmente devido à redução nos preços de proteínas e alguns hortifrútis, o panorama de 12 meses indica que os custos gerais para o consumidor paulistano ainda estão em patamares mais elevados se comparados ao ano anterior. Portanto, a melhora observada é pontual, mas o desafio de preços permanece em uma perspectiva mais ampla para as famílias da capital.