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MTE notifica 80 mil empregadores sobre FGTS atrasado de domésticas; prazo 2025

O Ministério do Trabalho notificou 80 mil empregadores domésticos sobre atrasos no FGTS, que somam R$ 375 milhões, com prazo até outubro de 2025 para regularização.
MTE FGTS domésticas 2025
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) deu início, nesta quarta-feira (17), a uma importante campanha para regularizar o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) de trabalhadores domésticos. Ao todo, 80.506 empregadores receberam notificações digitais alertando sobre débitos que somam mais de R$ 375 milhões, com prazo final para a regularização voluntária estipulado para 31 de outubro de 2025. Esta iniciativa visa, primeiramente, orientar os responsáveis por 154.063 postos de trabalho em todo o país, antes da aplicação de medidas mais rigorosas.

Notificações e Cruzamento de Dados

A pasta informou que as notificações foram enviadas aos empregadores cadastrados através do Domicílio Eletrônico Trabalhista (DET), a plataforma oficial de comunicação do MTE. Para identificar as irregularidades, o ministério realizou um cruzamento minucioso de dados provenientes do eSocial com os registros de guias pagas e quitadas junto à Caixa Econômica Federal. Consequentemente, este processo revelou indícios significativos de atrasos nos recolhimentos do FGTS.

Em um primeiro momento, a ação possui um caráter eminentemente orientativo. De fato, o principal objetivo é alertar os empregadores sobre possíveis descumprimentos da legislação trabalhista e, desse modo, encorajar a correção voluntária dessas pendências até o prazo estabelecido. Afinal, a regularização evita maiores complicações futuras.

Prazo Final e Consequências da Inadimplência

Após o término do prazo de 31 de outubro de 2025, o Ministério do Trabalho e Emprego adverte que os empregadores que não tiverem regularizado a situação de seus débitos poderão enfrentar sérias consequências. Por exemplo, os processos serão encaminhados para uma notificação formal e, posteriormente, para um levantamento oficial dos valores devidos. Portanto, a orientação enfática da pasta é que todos os empregadores domésticos monitorem regularmente as mensagens e avisos enviados por meio do DET, prevenindo assim a perda de prazos cruciais e eventuais prejuízos legais e trabalhistas.

Além de ser uma medida de fiscalização, a ação também reforça a importância vital do cumprimento das obrigações trabalhistas no setor doméstico. Consequentemente, isso envolve uma colaboração essencial entre empregadores, entidades sindicais e os próprios trabalhadores, promovendo um ambiente de trabalho mais justo e regularizado.

O Papel Estratégico do Domicílio Eletrônico Trabalhista (DET)

O DET funciona como um hub centralizado para toda a comunicação digital entre o Ministério do Trabalho e os empregadores. Em outras palavras, o sistema disponibiliza uma ampla gama de informações cruciais, incluindo atos administrativos, procedimentos fiscais, intimações, notificações, decisões administrativas e avisos gerais. Dessa maneira, a plataforma simplifica a interação, garantindo que os empregadores recebam todas as informações necessárias de forma eficiente e acessível, o que é fundamental para a manutenção da conformidade legal.

Panorama Numérico: A Dívida do FGTS em Detalhes

Os números apresentados pelo MTE destacam a dimensão do problema. O Domicílio Eletrônico Trabalhista (DET) registrou um total de 80.506 empregadores com pendências, responsáveis por manter 154.063 vínculos empregatícios domésticos ativos em todo o território nacional. Em suma, o montante total devido ao Fundo de Garantia do Tempo de Serviço ultrapassa os R$ 375 milhões, conforme apurado pelo ministério. Por conseguinte, esses valores não apenas ilustram a vasta extensão dos vínculos empregatícios no setor doméstico, mas também sublinham a relevância crítica da regularização e do pleno cumprimento das obrigações trabalhistas para com esses profissionais.

Distribuição Geográfica dos Débitos

A análise da distribuição geográfica dos débitos revela padrões interessantes. São Paulo se destaca como o estado com o maior volume absoluto de irregularidades, registrando 26.588 empregadores inadimplentes, 53.072 trabalhadores afetados e uma dívida que atinge a expressiva marca de R$ 135 milhões. Adicionalmente, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Bahia também apresentam valores consideráveis, o que reflete a sua maior concentração populacional e, consequentemente, econômica.

Por outro lado, estados como Roraima, Amapá e Acre registram os menores volumes de débitos, com valores que não chegam a R$ 1 milhão. Ainda assim, mesmo nessas regiões, a existência de débitos ilustra a diversidade da estrutura ocupacional e do mercado de trabalho doméstico formalizado presente no Brasil. Em conclusão, a iniciativa do MTE representa um esforço abrangente para garantir os direitos dos trabalhadores e promover a conformidade legal em todo o país.

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