A Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) implementou uma série de medidas restritivas em resposta ao mês de agosto, que se configura como um dos mais secos para a capital paulista desde 2020. Em suma, a empresa diminuiu a retirada de água do vital Sistema Cantareira e, além disso, já reduziu a pressão nas torneiras em diversas regiões da Grande São Paulo, visando preservar os níveis dos reservatórios diante da escassez hídrica prolongada.
Estiagem Acentuada Marca o Agosto Paulistano
São Paulo encerra este mês de agosto sob um cenário de forte estiagem, registrando um dos períodos mais secos dos últimos anos. Com efeito, a capital paulista acumulou apenas 13,5 milímetros (mm) de chuva ao longo do mês, um valor que representa menos da metade (precisamente 44,7%) do esperado para o período, que é de 30,2 mm. Portanto, a cidade não experimentava um mês de agosto com precipitações tão abaixo da média histórica desde 2020, conforme dados divulgados pelo Centro de Gerenciamento de Emergências Climáticas (CGE) de São Paulo.
Para complicar ainda mais o panorama, as temperaturas também ficaram aquém das expectativas sazonais. Geralmente, as médias históricas para agosto na capital paulista giram em torno de 13,4°C para as mínimas e 24,3°C para as máximas. Entretanto, neste ano, as temperaturas permaneceram com mínimas de 12,4°C e máximas de 23°C, indicando um período mais frio do que o habitual, mas sem alívio pluviométrico.
Sabesp Adota Medidas de Contenção Hídrica
Diante do preocupante cenário de estiagem, o governo de São Paulo anunciou na última sexta-feira (29) que a Sabesp, responsável pelo abastecimento de água e tratamento de esgoto em 377 municípios, iria reduzir o volume de retirada de água do Sistema Cantareira. Anteriormente, o volume autorizado para captação era de 31 metros cúbicos por segundo (m³/s); agora, ele foi ajustado para 27 m³/s, numa clara tentativa de mitigar os impactos da seca.
Paralelamente à diminuição na captação, a Sabesp também iniciou um programa de redução da pressão da água na região metropolitana de São Paulo. Esta medida, anunciada na última segunda-feira e em vigor desde a quarta-feira (27), é aplicada diariamente entre as 21h e as 5h. A companhia planeja manter essa prática até que os níveis dos reservatórios que abastecem a região metropolitana demonstrem recuperação significativa, assegurando assim a sustentabilidade do fornecimento.
Níveis Críticos nos Reservatórios e Perspectivas Climáticas
O Sistema Cantareira, reconhecido como o principal e maior reservatório de São Paulo, apresenta atualmente um nível de armazenamento preocupante. Em consequência da persistente falta de chuvas, que tem registrado índices muito abaixo da média histórica na região, o nível do reservatório atingiu 34,6% neste domingo (31), um patamar considerado de alerta pelas autoridades. Adicionalmente, o conjunto de reservatórios que abastecem a região metropolitana registrou um armazenamento total de 37,2% no mesmo dia, reforçando a urgência das ações tomadas.
As previsões meteorológicas para os próximos dias não indicam melhorias imediatas no quadro. Segundo o CGE, espera-se que as condições de tempo seco persistam na capital paulista, sem previsão de chuvas. Além disso, a expectativa é de elevação das temperaturas e baixa umidade do ar, cenário que deve perdurar até pelo menos a próxima sexta-feira (5). Assim, a situação exige cautela e a continuidade das medidas de uso consciente da água por parte da população.