Edição Brasília

Moraes dá 48h para PGR opinar sobre defesa de Bolsonaro no caso asilo

Moraes deu 48 horas para a PGR opinar sobre a defesa de Bolsonaro, que nega pedido de asilo e intenção de fuga, e solicita a revogação de sua prisão domiciliar.
PGR opina defesa Bolsonaro
Foto: José Cruz/Agência Brasil

O ministro Alexandre de Moraes, integrante do Supremo Tribunal Federal (STF), estabeleceu um prazo de 48 horas para que a Procuradoria-Geral da República (PGR) emita um parecer sobre as explicações apresentadas pela defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro. Nesse documento, Bolsonaro refuta categoricamente a existência de um pedido de asilo político e nega qualquer intenção de deixar o país, solicitando, concomitantemente, a revogação de sua prisão domiciliar.

Decisão do STF e Prazo à PGR

Nesta segunda-feira, dia 25 de agosto, o Supremo Tribunal Federal, por intermédio do ministro Alexandre de Moraes, concedeu um período de dois dias úteis para que a Procuradoria-Geral da República se manifeste formalmente. Essa manifestação é crucial e diz respeito às justificativas enviadas à Corte pelos advogados do ex-presidente Jair Bolsonaro. O cronograma para essa análise começou a ser contado por volta das 10h30 desta segunda-feira e, consequentemente, será encerrado na manhã da próxima quarta-feira, dia 27. Tal medida demonstra a celeridade com que o tribunal busca resolver as questões pertinentes ao caso.

As Explicações da Defesa de Bolsonaro

Na última sexta-feira, dia 22, a equipe jurídica do ex-presidente Jair Bolsonaro declarou enfaticamente que o ex-mandatário não buscou asilo político junto ao presidente da Argentina, Javier Milei. Além disso, a defesa negou veementemente que Bolsonaro tivesse qualquer plano de deixar o território nacional para escapar de investigações ou processos. Adicionalmente, os advogados aproveitaram a oportunidade para solicitar ao STF a imediata revogação da prisão domiciliar que recai sobre o ex-presidente. A manifestação da defesa representa um posicionamento formal e robusto diante das acusações e indagações que circulam.

O Contexto da Investigação e a PF

É importante ressaltar que essa manifestação foi encaminhada ao Supremo em resposta direta a uma determinação anterior do ministro Moraes. Anteriormente, o magistrado havia solicitado que os advogados de Bolsonaro se pronunciassem sobre um documento relacionado a um suposto pedido de asilo. Este documento, por sua vez, foi localizado pela Polícia Federal (PF) no aparelho celular de Bolsonaro. A descoberta ocorreu durante uma operação de busca e apreensão realizada no mês anterior, dentro do escopo de uma investigação mais ampla sobre as sanções aplicadas pelos Estados Unidos contra o Brasil. Segundo informações divulgadas pela própria PF, o arquivo digital com o pedido de asilo estava armazenado no dispositivo do ex-presidente desde o ano de 2024, conferindo uma linha temporal à evidência.

O Papel da PGR na Análise

Consequentemente, na manhã desta segunda-feira (25), o ministro Alexandre de Moraes procedeu à notificação formal da Procuradoria-Geral da República sobre o conteúdo integral da defesa apresentada por Jair Bolsonaro. Agora, a responsabilidade de avaliar as providências adequadas recai sobre o procurador-geral, Paulo Gonet. Portanto, ele deverá analisar cuidadosamente as declarações dos advogados, ponderando-as em conjunto com todas as provas e evidências que foram coletadas e fornecidas pela Polícia Federal ao longo da investigação. Esta etapa é fundamental para a definição dos próximos passos jurídicos no processo.

Antecedentes: O Indiciamento de Bolsonaro e Filho

Em um desdobramento anterior, na quarta-feira, dia 20, o ex-presidente Jair Bolsonaro e um de seus filhos, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), foram formalmente indiciados pela Polícia Federal. Eles são acusados dos crimes de coação no curso do processo e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito. Essa decisão foi o resultado da conclusão das investigações da PF, que se concentraram na atuação de Eduardo Bolsonaro. A apuração indicou que ele teria agido em conjunto com o governo do então presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, buscando promover medidas de retaliação contra o governo brasileiro e, em especial, contra ministros do Supremo Tribunal Federal. Esse indiciamento adiciona uma camada de complexidade ao cenário jurídico envolvendo a família Bolsonaro.

Corrida Nas Pontes Edicao Brasilia