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Novo fundo de US$ 125 bi destinará 20% a indígenas para preservar florestas

Membros da OTCA defenderam neste sábado o Fundo Florestas Tropicais para Sempre, de US$ 125 bilhões, que destinará 20% a indígenas, com lançamento na COP30 em Belém.
Fundo Florestas Indígenas
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

A Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA) defendeu ativamente, neste sábado (23), o ambicioso Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF, da sigla em inglês), uma iniciativa que prevê um investimento de US$ 125 bilhões. Este fundo, que será formalmente lançado em novembro, durante a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30) em Belém, destinará um crucial montante de 20% de seus recursos diretamente para comunidades indígenas, em reconhecimento ao seu papel vital na preservação florestal.

O Fundo Florestas Tropicais para Sempre: Uma Iniciativa Global Essencial

Os países-membros da OTCA emitiram um comunicado conjunto, aprovado na 5ª Cúpula da organização em Bogotá, Colômbia. O evento contou com a presença do presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, reforçando a importância da agenda climática e ambiental. Este pronunciamento coletivo sublinha o apoio unânime ao TFFF, que se consolida como um mecanismo financeiro robusto, avaliado em aproximadamente US$ 125 bilhões, o equivalente a cerca de R$ 680 bilhões.

Além disso, o principal objetivo deste fundo é salvaguardar os biomas florestais tropicais, que se estendem por aproximadamente 70 nações ao redor do globo. Essas florestas são reconhecidas mundialmente por sua função indispensável na regulação dos padrões de chuva e na absorção de carbono atmosférico, elementos cruciais para a estabilidade climática global. Consequentemente, a criação deste fundo representa um passo significativo para a sustentabilidade ambiental.

Reconhecimento e Valorização do Papel Indígena na Conservação

Uma das diretrizes mais inovadoras do Fundo Florestas Tropicais para Sempre é a destinação direta de 20% de seus recursos totais às comunidades de povos indígenas e tradicionais. Essas populações vivem e atuam como guardiãs desses ecossistemas, e a iniciativa visa recompensar diretamente suas ações de conservação. Em suma, para cada hectare de floresta preservada, será remunerado um valor de US$ 4, uma medida que visa fortalecer o engajamento comunitário na proteção ambiental.

Adicionalmente, o comunicado da OTCA enfatiza que o desenho do TFFF incorpora, como princípio fundamental, o reconhecimento e a valorização do papel exercido pelos Povos Indígenas e Comunidades Locais na conservação das florestas tropicais. Essa premissa se reflete, entre outras ações, na alocação apropriada de verbas em retribuição às suas iniciativas de conservação e desenvolvimento sustentável, respeitando sempre as particularidades de cada país.

Amplo Apoio Internacional e Complementaridade Estratégica

O TFFF foi concebido inicialmente pelo Brasil, em colaboração estratégica com países como Colômbia, Noruega, Reino Unido, França e Emirados Árabes Unidos. No entanto, a proposta angariou apoio significativo de diversas outras nações que abrigam vastas extensões de florestas tropicais, incluindo Gana, República Democrática do Congo (RDC), Malásia e Indonésia. Essa vasta aliança global demonstra a urgência e a relevância da pauta.

Portanto, o comunicado conjunto ressalta que o Fundo Florestas Tropicais para Sempre atua de maneira complementar, e não exclusiva, a outras iniciativas ambientais já existentes. Ele permite um avanço substancial no cumprimento dos compromissos estabelecidos na Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima e no Acordo de Paris. Além disso, a iniciativa está alinhada com a Convenção sobre Diversidade Biológica, seu Marco Global de Biodiversidade de Kunming-Montreal, a Agenda 2030, e outros instrumentos multilaterais pertinentes, promovendo uma abordagem integrada e cooperativa na luta contra as mudanças climáticas e a perda de biodiversidade.

Lançamento na COP30 e Perspectivas Futuras para a Conservação

O lançamento oficial do TFFF durante a COP30 em Belém será um marco importante para a diplomacia ambiental e para os esforços globais de conservação. A expectativa é que o fundo não apenas canalize recursos financeiros para a proteção florestal, mas também sirva como um modelo para o financiamento de iniciativas ambientais que valorizem o conhecimento e a atuação dos povos que tradicionalmente vivem em harmonia com a natureza. Em suma, esta iniciativa representa uma aposta concreta no poder da colaboração internacional e no papel central das comunidades locais para a preservação de um dos patrimônios mais valiosos do planeta.

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