O Superior Tribunal de Justiça (STJ) confirmou nesta terça-feira (19) a manutenção da prisão do influenciador digital Hytalo Santos e de seu marido, Israel Nata Vicente. Este caso, que envolve graves acusações de adultização infantil, teve sua decisão validada pelo órgão superior, ratificando, portanto, a detenção previamente determinada pela Justiça da Paraíba.
O Caso Hytalo Santos: Contexto da Prisão
As prisões do casal ocorreram na semana anterior. Consequentemente, isso se deu após a formalização de uma denúncia crucial. O influenciador Felca, de grande alcance digital, foi quem alertou as autoridades sobre a existência de perfis que exploravam crianças e adolescentes de forma indevida, promovendo práticas de adultização infantil. Em virtude dessa denúncia, a Justiça da Paraíba agiu prontamente, o que, por sua vez, culminou na ordem de detenção dos envolvidos.
Análise do STJ e Argumentos da Defesa
No âmbito do habeas corpus submetido ao STJ pela defesa de Hytalo Santos, o ministro Rogerio Schietti Cruz conduziu a análise do processo. O magistrado, em sua deliberação, concluiu que o decreto de prisão havia sido devidamente fundamentado, não apresentando, portanto, quaisquer ilegalidades. Ele enfatizou que o cenário judicial indicava uma exposição reiterada e inadequada de crianças e adolescentes, além de tentativas claras de destruir evidências que eram cruciais para a apuração dos fatos. Dessa forma, segundo o ministro, o pedido de libertação não possuía a plausibilidade jurídica necessária para ser acolhido.
Por outro lado, a defesa de Hytalo Santos havia arguido, no próprio pedido de habeas corpus, a possibilidade de converter a prisão em medidas cautelares mais brandas. Além disso, os advogados sustentaram que não existia uma proibição judicial explícita que impedisse o influenciador de permanecer na Paraíba. Entretanto, apesar dos argumentos da defesa, o casal permanece detido na cidade de São Paulo. Vale ressaltar, ademais, que Hytalo Santos está sob investigação, especificamente pela suspeita de expor adolescentes a conteúdos com conotação sexual, o que intensifica a gravidade do processo.
Mobilização no Congresso e Projetos de Lei
Em resposta à ampla repercussão do caso Hytalo Santos, o Congresso Nacional prontamente se mobilizou, demonstrando uma crescente preocupação com a proteção de menores no ambiente digital. O principal objetivo é estabelecer novas medidas legislativas que garantam maior salvaguarda contra a exposição inadequada de crianças e adolescentes na internet. Subsequentemente, na semana anterior, a Câmara dos Deputados instituiu um grupo de trabalho dedicado. Esta equipe tem a finalidade de desenvolver um projeto de lei (PL) abrangente, visando combater ativamente a adultização de crianças e adolescentes em plataformas digitais, com um prazo de trinta dias para apresentar a proposta.
Entre as sugestões consideradas como base para a elaboração do novo texto legislativo, destaca-se o Projeto de Lei (PL) 2.628 de 2022, de autoria do senador Alessandro Vieira (MDB-SE). Este PL, em sua essência, propõe a obrigatoriedade de que as empresas de redes sociais implementem mecanismos robustos e eficazes para prevenir a disseminação de conteúdos que resultem na sexualização de crianças. Adicionalmente, em caso de descumprimento das determinações previstas na legislação, o texto prevê a aplicação de multas significativas, que podem atingir até 10% do faturamento anual da companhia. Assim, a medida reforça a seriedade da questão e a necessidade de responsabilização das plataformas.
A manutenção da prisão de Hytalo Santos, em conjunto com as subsequentes e rápidas ações legislativas no Congresso, evidencia a crescente e unânime preocupação das autoridades com a segurança e a integridade de crianças e adolescentes no ambiente digital. Isso, sem dúvida, sinaliza um esforço conjunto e contínuo para coibir práticas de adultização e garantir um ambiente online mais seguro para os menores.