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AGU exige que Meta exclua robôs com erotização infantil em 72h

AGU exige que Meta exclua em 72h robôs de IA com erotização infantil de Instagram, Facebook e WhatsApp. A notificação foi enviada nesta segunda (18).
Meta robôs erotização infantil
Foto: José Cruz/Agência Brasil

A Advocacia-Geral da União (AGU) exigiu, nesta segunda-feira (18), que a Meta, empresa responsável por plataformas como Instagram, Facebook e WhatsApp, remova em até 72 horas robôs de inteligência artificial que simulam aparências infantis e promovem interações de cunho sexual. Esta notificação representa um passo decisivo do governo federal na proteção de crianças e adolescentes no ambiente digital.

A Demanda Governamental e o Prazo

O ofício encaminhado à Meta detalha que a companhia possui um prazo estrito de três dias para não apenas excluir os algoritmos controversos, mas também para apresentar esclarecimentos sobre as medidas que tem implementado para evitar o acesso de menores a conteúdos de natureza sexual e erótica. De acordo com a AGU, os chatbots em questão foram desenvolvidos utilizando a ferramenta Meta AI Studio e, preocupantemente, facilitam a erotização infantil, um tema de extrema gravidade.

Preocupações com a Proteção de Usuários Jovens

Além disso, a Advocacia-Geral ressaltou que as plataformas da Meta são acessíveis a usuários a partir dos 13 anos de idade. No entanto, foi apontada a inexistência de um sistema de filtragem eficaz capaz de verificar a faixa etária de adolescentes entre 13 e 18 anos, tornando-os vulneráveis a este tipo de conteúdo inapropriado. Conforme argumentou o órgão, a capacidade desses chatbots de alcançar um público cada vez mais extenso nas redes sociais da Meta amplifica consideravelmente o risco de contato de jovens com material de sugestão sexual e potencialmente criminoso. Isso, por sua vez, acende um alerta sobre a segurança e o bem-estar dos usuários mais jovens.

O Contexto da Adultização Infantil e Ações Legislativas

Este tema da erotização de crianças e adolescentes ganhou proeminência nas últimas semanas, particularmente após a denúncia do influenciador Felca. Ele expôs perfis que exploram a imagem de jovens para promover a adultização infantil, desencadeando um debate nacional sobre a responsabilidade das plataformas digitais. Em paralelo a essas discussões, a Câmara dos Deputados está programada para retomar, nesta semana, os debates sobre a aprovação de um projeto de lei (PL) fundamental para combater a adultização de crianças e adolescentes no universo online. Portanto, a ação da AGU se insere em um movimento mais amplo de busca por maior regulação e proteção nesse cenário.

Posicionamento da Meta e Desafios Futuros

Até o momento, a Meta não se pronunciou publicamente sobre a notificação da AGU. A Agência Brasil, responsável pela cobertura da notícia, tentou contato com a empresa para obter um posicionamento, mas não obteve retorno. A ausência de uma resposta imediata levanta questões sobre a celeridade com que a empresa agirá diante da exigência governamental. Em suma, a situação sublinha a crescente tensão entre as grandes empresas de tecnologia e os órgãos reguladores, que buscam garantir a segurança e a integridade de crianças e adolescentes no ambiente digital, um desafio contínuo na era da inteligência artificial.