Edição Brasília

Justiça solta dono da Ultrafarma e diretor da Fast Shop

Sidney Oliveira, da Ultrafarma, e Mario Otávio Gomes, da Fast Shop, foram soltos nesta sexta (15) em SP, presos desde terça por envolvimento em esquema de corrupção.
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Foto: Ultrafarma/Divulgação

Os empresários Sidney Oliveira, fundador da Ultrafarma, e Mario Otávio Gomes, diretor estatutário do grupo Fast Shop, foram libertados nesta sexta-feira (15) em São Paulo. A soltura ocorreu mediante alvarás expedidos pela Justiça, pondo fim à detenção de ambos, que havia começado na terça-feira (12). A informação foi oficialmente confirmada pela Secretaria de Segurança Pública do estado.

A Operação do Ministério Público e as Prisões

As detenções dos executivos se deram no contexto de uma abrangente operação deflagrada pelo Ministério Público de São Paulo (MP-SP). Esta iniciativa teve como objetivo desmantelar um complexo esquema de corrupção que, conforme as investigações, envolvia auditores-fiscais tributários da Secretaria da Fazenda e Planejamento do Estado de São Paulo (Sefaz-SP). A ação que culminou nas prisões foi amplamente divulgada, como noticiado, por exemplo, pela Agência Brasil em 2025-08: dono-da-ultrafarma-e-diretor-da-fast-shop-sao-presos-em-operacao-do-mp. A rápida expedição dos alvarás de soltura marca um novo capítulo no desenrolar deste caso de grande repercussão.

Mecanismo da Fraude Fiscal Investigada

As apurações sobre o esquema ilícito tiveram início há aproximadamente seis meses, e os investigadores já estabeleceram que a rede de corrupção opera desde 2021. Segundo os detalhes fornecidos pelo Ministério Público, o modus operandi da fraude consistia no pagamento de vantagens indevidas por parte de empresários aos auditores envolvidos. Em troca desses pagamentos, os fiscais facilitavam e aceleravam o processo de ressarcimento de créditos de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) junto à Sefaz-SP. É fundamental ressaltar que todas as empresas varejistas contribuintes possuem o direito legítimo a esses ressarcimentos; entretanto, o procedimento para obtê-los é notavelmente complexo e costuma envolver prazos consideravelmente longos. Portanto, os pagamentos tinham como propósito contornar essa burocracia e agilizar a liberação dos valores devidos.

Abrangência da Investigação e Futuros Desdobramentos

Adicionalmente, o promotor de Justiça Roberto Bodini, responsável pelo caso, indicou que as evidências colhidas até o momento sugerem que outras companhias atuantes no setor varejista também podem ter se valido do mesmo artifício fraudulento. Ele apontou indícios de que essas empresas possivelmente utilizaram o esquema para garantir a liberação acelerada de seus próprios créditos tributários. Consequentemente, a investigação pode se expandir, alcançando novos nomes e aprofundando o impacto sobre o segmento. As autoridades continuam empenhadas em mapear toda a extensão da fraude e identificar todos os envolvidos, tanto no lado empresarial quanto no funcionalismo público.

Posicionamento Oficial das Empresas Envolvidas

Em resposta às acusações e prisões, tanto a Fast Shop quanto a Ultrafarma divulgaram comunicados públicos. A Fast Shop, por sua vez, reforçou seu comprometimento integral com as autoridades, assegurando total cooperação no decorrer das investigações. Por outro lado, a Ultrafarma adotou uma postura de defesa, declarando que “as informações veiculadas serão devidamente esclarecidas no decorrer do processo e demonstrará a inocência no curso da instrução”. Ambas as declarações, portanto, refletem as estratégias das empresas diante do escândalo, uma focando na colaboração e a outra na refutação das acusações durante o processo legal.

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