O dólar registrou uma acentuada desvalorização na última sexta-feira, 1º de agosto, encerrando o dia cotado a R$ 5,54. Essa movimentação no mercado cambial brasileiro ocorreu em resposta direta à divulgação de dados desfavoráveis sobre o emprego nos Estados Unidos. Paralelamente, a bolsa de valores brasileira também apresentou recuo, fechando o pregão em 132.437 pontos, refletindo as incertezas econômicas globais.
Desempenho do Dólar em Meio a Turbulências
O início do mês de agosto foi marcado por uma forte queda da moeda americana. Inicialmente, o dólar comercial chegou a ser negociado a R$ 5,62 nos primeiros minutos do pregão. Essa alta momentânea foi impulsionada pelo anúncio de novas tarifas comerciais, aplicadas pelo governo do ex-presidente Donald Trump a diversos países. Entretanto, a cotação reverteu sua trajetória drasticamente após a divulgação das estatísticas do mercado de trabalho norte-americano.
Em seguida, a divisa americana alcançou sua mínima diária por volta das 10h30, sendo negociada a R$ 5,53. O fechamento oficial, por sua vez, registrou uma queda de R$ 0,056, ou -1,01%, com o dólar vendido a R$ 5,545. No acumulado do ano de 2025, a moeda estrangeira já apresenta uma desvalorização considerável de 10,27%, evidenciando a instabilidade persistente no cenário cambial.
O Impacto dos Dados de Emprego nos EUA e a Política do Fed
A principal razão por trás da desvalorização do dólar reside nos números do mercado de trabalho dos Estados Unidos. Em julho, a economia americana criou apenas 73 mil novas vagas formais, um volume inferior às expectativas. Além disso, a taxa de desemprego no país aumentou para 4,2%. Por conseguinte, esses indicadores fracos intensificaram as expectativas de que o Federal Reserve (Fed), o Banco Central dos EUA, possa iniciar um ciclo de corte nas taxas de juros a partir de setembro.
Ademais, a perspectiva de juros mais baixos na maior economia do mundo frequentemente incentiva a fuga de capital financeiro de mercados emergentes, como o Brasil. Esse movimento, portanto, tende a pressionar ainda mais a moeda local. De fato, a renúncia de uma diretora regional do Fed, somada à demissão da comissária do Departamento de Estatísticas do Trabalho dos EUA, contribuiu para acelerar a queda do dólar. Essas movimentações de cargos-chave alimentam a percepção de que aliados de Trump poderiam ocupar as vagas, aumentando as pressões por uma flexibilização da política monetária americana.
Cenário de Turbulência na Bolsa Brasileira
Em contraste com a queda do dólar, o mercado de ações brasileiro enfrentou um dia de grande volatilidade. O índice Ibovespa, principal indicador da B3, encerrou o pregão em 132.437 pontos, registrando um recuo de 0,48%. Vários fatores contribuíram para esse desempenho negativo, incluindo as tensões contínuas da guerra comercial com os Estados Unidos, bem como o comportamento das principais bolsas de valores ao redor do globo. Em suma, o mercado acionário doméstico reflete de perto as incertezas do panorama econômico internacional.
Ações do Banco do Brasil Afetadas por Cenário Político
Um evento específico que gerou grande impacto no mercado de ações foi a notícia veiculada pelo jornal O Globo, que apontava para a possibilidade de o governo Trump aplicar sanções a instituições financeiras onde o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, manteria contas bancárias. Em consequência, as ações do Banco do Brasil foram significativamente afetadas por essa especulação. Os papéis ordinários da instituição, que conferem direito a voto em assembleias de acionistas, apresentaram uma queda de 6,85% nesta sexta-feira, evidenciando a sensibilidade do mercado a notícias de cunho político.
As informações deste artigo foram compiladas com base em dados apurados pela agência de notícias Reuters.