Edição Brasília

STF elege Fachin presidente e Moraes vice

Edson Fachin é o novo presidente do STF e Alexandre de Moraes seu vice, eleitos nesta quarta-feira (13) para mandato de dois anos. A posse está marcada para 29 de setembro.
STF elege Fachin Moraes
Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

O Supremo Tribunal Federal (STF) elegeu, nesta quarta-feira (13), os ministros Edson Fachin e Alexandre de Moraes para os cargos de presidente e vice-presidente, respectivamente. Ambos assumirão seus postos para um mandato de dois anos, com a cerimônia de posse agendada para o dia 29 de setembro, marcando uma nova fase na liderança da mais alta corte do país.

A Eleição no Supremo

A eleição dos novos líderes da Corte ocorreu de forma simbólica, por aclamação do plenário. Tradicionalmente, o processo de escolha no STF segue um critério de antiguidade, garantindo a sucessão do ministro mais antigo que ainda não ocupou a presidência. Assim, Edson Fachin, que atualmente exerce a vice-presidência, foi naturalmente indicado para assumir o posto principal.

Conforme o regimento interno do Tribunal, esta prática visa assegurar a estabilidade e a continuidade na gestão. Consequentemente, o ministro Fachin sucederá Luís Roberto Barroso, que está concluindo seu período de dois anos à frente do STF. Barroso, ao saudar a eleição de seu colega, expressou publicamente sua satisfação e confiança, reiterando a importância de ter uma figura com a integridade moral e intelectual de Fachin conduzindo os destinos da Corte neste momento.

As Declarações Pós-Eleição

Após a confirmação de sua eleição, o futuro presidente, Edson Fachin, fez um pronunciamento. Ele expressou profunda gratidão pela confiança depositada pelos seus pares. Além disso, Fachin destacou seu compromisso em fortalecer a colegialidade e promover um diálogo construtivo dentro do STF, visando aprimorar o ambiente de trabalho e as deliberações. Ele ressaltou ainda a honra de integrar o Tribunal, percebendo a nova função como uma missão e um dever a cumprir para com a nação.

Por outro lado, o ministro Alexandre de Moraes, eleito vice-presidente, também manifestou seu contentamento com a escolha. Ele agradeceu a solidariedade e a confiança de seus colegas, evidenciando a satisfação de novamente atuar ao lado do ministro Fachin, com quem já havia colaborado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Desse modo, a chapa demonstra uma continuidade de parceria e alinhamento entre os dois magistrados.

Perfis dos Ministros Eleitos

Ambos os ministros trazem para os novos cargos uma vasta experiência jurídica e uma trajetória significativa no cenário nacional, marcada por decisões de grande impacto. A seguir, detalhamos os perfis dos novos líderes do Supremo.

Edson Fachin: Trajetória no STF

O ministro Edson Fachin foi nomeado para o Supremo Tribunal Federal em junho de 2015, por indicação da então presidente Dilma Rousseff. Natural de Rondinha, no Rio Grande do Sul, Fachin construiu grande parte de sua carreira jurídica no estado do Paraná, onde se formou em direito pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Anteriormente à sua chegada ao STF, Fachin era reconhecido por sua expertise em direito civil e agrário.

No STF, o ministro Fachin assumiu relatorias de casos de extrema relevância para o país. Por exemplo, ele foi o relator principal das investigações da Operação Lava Jato, um dos maiores esquemas de combate à corrupção da história brasileira. Adicionalmente, ele também foi o responsável por processos complexos como o que define o marco temporal para a demarcação de terras indígenas e a ação que ficou conhecida como ADPF das Favelas. Esta última resultou na adoção de diversas medidas para a redução da letalidade policial durante operações de combate ao tráfico de drogas no Rio de Janeiro, buscando equilibrar a segurança pública com a proteção dos direitos humanos.

Alexandre de Moraes: Experiência e Atuação

Alexandre de Moraes tomou posse como ministro do STF em março de 2017, após ser indicado pelo ex-presidente Michel Temer. Sua nomeação ocorreu para preencher a vaga deixada pelo falecimento do ministro Teori Zavascki em um acidente aéreo. Formado pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), Moraes possui um currículo diversificado no serviço público.

Antes de integrar o Supremo, o ministro ocupou importantes cargos executivos e administrativos. Em São Paulo, por exemplo, ele atuou como Secretário de Segurança Pública e, posteriormente, como Secretário de Transportes. Posteriormente, no âmbito federal, Moraes serviu como Ministro da Justiça no governo Temer, onde lidou com diversas questões de segurança e legislação. No STF, ele se tornou notório por ser o relator das ações penais relacionadas à “trama golpista”, processos que investigam e julgam atos antidemocráticos, demonstrando seu papel crucial na defesa da ordem constitucional.

Perspectivas para a Nova Gestão

A eleição de Fachin e Moraes para a cúpula do STF sinaliza a continuidade de uma gestão focada na estabilidade institucional e na defesa da Constituição. Portanto, espera-se que a dupla mantenha a linha de atuação firme e independente que tem caracterizado a Corte nos últimos anos, enfrentando os desafios jurídicos e políticos com serenidade e rigor técnico. A experiência combinada dos dois ministros, tanto em casos de grande repercussão quanto em gestão pública, promete um mandato robusto e engajado com os pilares democráticos do Brasil.

Corrida Nas Pontes Edicao Brasilia