O Ministério da Saúde dará um passo significativo na otimização do Sistema Único de Saúde (SUS) com o lançamento do Censo da Força de Trabalho em Saúde (CFTS). Previsto para iniciar em julho de 2025, este ambicioso projeto-piloto terá como foco inicial o Distrito Federal e o Mato Grosso do Sul, buscando um mapeamento aprofundado dos profissionais que atuam direta e indiretamente no sistema para aprimorar, consequentemente, o atendimento à população brasileira.
Detalhes do Censo da Força de Trabalho em Saúde
A iniciativa do Censo da Força de Trabalho em Saúde visa aprofundar o conhecimento sobre o perfil e a distribuição dos profissionais que compõem o SUS. Dessa forma, o projeto-piloto, que se inicia em meados de 2025, representa um marco fundamental na unificação de dados essenciais, tais como formação acadêmica, funções desempenhadas e locais de atuação de cada colaborador. Nesse sentido, esta etapa inicial prevê a visita a um total de 6.291 estabelecimentos de saúde no Distrito Federal e, adicionalmente, a 6.297 unidades no Mato Grosso do Sul.
Justificativa para a Escolha das Localidades Piloto
A seleção do Distrito Federal e do Mato Grosso do Sul para o projeto-piloto não ocorreu ao acaso, pois o Ministério da Saúde justificou a escolha com base nas características distintas e complementares de cada território. No Distrito Federal, por exemplo, observa-se uma elevada concentração populacional em uma área geográfica menor, o que se traduz em redes de saúde de alta complexidade e uma ampla diversidade de serviços oferecidos. Por outro lado, o Mato Grosso do Sul apresenta uma vasta extensão territorial, aliada a uma baixa densidade populacional, o que impõe desafios significativos de acessibilidade e atenção específica às populações indígenas e rurais. Portanto, a análise conjunta desses cenários permitirá ao ministério desenvolver estratégias mais abrangentes e eficazes para todo o país.
Impacto nas Políticas Públicas e Abrangência do Levantamento
Os dados coletados pelo censo serão cruciais para a atualização e qualificação do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES), servindo de base sólida para a formulação de políticas públicas. Além disso, as informações subsidiarão o planejamento estratégico e o dimensionamento adequado da força de trabalho no SUS, permitindo identificar tanto a quantidade quanto a qualidade dos profissionais necessários para atender com excelência às demandas da população. Trata-se, portanto, de uma medida estratégica para assegurar a equidade, conferir visibilidade e reconhecer o papel indispensável dos profissionais da saúde para o funcionamento efetivo do sistema. O ministério ressalta que essa iniciativa também contribuirá para a eliminação de desigualdades e o fortalecimento de políticas públicas mais inclusivas e justas no âmbito do SUS. Adicionalmente, o levantamento terá uma abrangência ampla, incluindo não apenas os profissionais da área médica e de enfermagem, mas também trabalhadores de suporte, como equipes de limpeza, alimentação e segurança das unidades, bem como motoristas do SAMU, maqueiros, copeiros e toda a equipe administrativa, garantindo uma visão holística da força de trabalho.
Capacitação dos Recenseadores e Metodologia da Coleta
Para garantir a eficácia da coleta de dados, o Ministério da Saúde investiu na capacitação dos profissionais responsáveis pelo censo. Desde 2024, o Curso de Informação e Gestão do Trabalho na Saúde está disponível, e já qualificou 65 especialistas para essa tarefa fundamental, sendo 32 no Distrito Federal e 33 no Mato Grosso do Sul. A metodologia de coleta de dados será flexível, combinando abordagens presenciais e remotas. A escolha do método dependerá diretamente das particularidades locais e do tipo específico de estabelecimento de saúde a ser pesquisado. Consequentemente, essa adaptabilidade assegura que o censo possa alcançar todos os estabelecimentos de forma eficiente e precisa, independentemente de suas características operacionais ou localização geográfica.