O governo federal está intensificando seus esforços para capacitar e financiar a economia solidária, respondendo a demandas cruciais do setor. A confirmação veio nesta segunda-feira, 11 de agosto, através do secretário Nacional de Economia Popular e Solidária, Gilberto Carvalho, que destacou a importância dessas medidas. Tais iniciativas são vistas como fundamentais para o desenvolvimento do segmento, que se prepara para a 4ª Conferência Nacional de Economia Popular e Solidária (Conaes), agendada para ocorrer entre 13 e 16 de agosto em Luziânia, Goiás.
Qualificação Profissional como Prioridade
A promoção de maior qualificação para os trabalhadores da economia solidária figura entre as principais prioridades do governo. Segundo Gilberto Carvalho, este é um dos pleitos mais recorrentes apresentados pelo setor. De fato, o secretário enfatizou a necessidade de garantir que os participantes da economia solidária tenham acesso a conhecimentos técnicos, tecnologia e domínio sobre os processos de produção, desde a gestão de mercado até as particularidades das linhas produtivas. Ele ilustrou a complexidade desse desafio ao explicar que, ao fornecer equipamentos como prensas, caminhões ou empilhadeiras a um grupo de catadores, por exemplo, o sucesso da iniciativa não será alcançado sem a devida formação em gestão. Portanto, a administração de uma empresa no contexto da economia solidária exige competências específicas, e o governo busca agora suprir essa lacuna.
Acesso a Fomento e Financiamento Público
Outra reivindicação fundamental dos trabalhadores do setor, conforme apontado por Carvalho, é a possibilidade de acessar fomento público. A economia solidária pleiteia um tratamento equitativo em relação a outras empresas que, ao se instalarem em um município, frequentemente recebem benefícios como terrenos gratuitos, isenção de IPTU e facilidade de acesso a linhas de crédito bancárias. Consequentemente, o setor almeja expandir seu acesso a compras públicas e a financiamentos estatais, o que permitiria um crescimento mais robusto e sustentável de seus empreendimentos. Ademais, o secretário ressaltou que tal suporte é vital para que as empresas de economia solidária possam se desenvolver plenamente e gerar mais impacto social e econômico.
A Relevância da 4ª Conaes
A 4ª Conferência Nacional de Economia Popular e Solidária (Conaes) desempenhará um papel crucial na agenda governamental. Este evento tem como objetivo primordial fornecer subsídios e diretrizes para a elaboração do 2º Plano Nacional de Economia Solidária. Com o tema “Economia Popular e Solidária como Política Pública: Construindo territórios democráticos por meio do trabalho associativo e da cooperação”, a conferência visa consolidar o modelo como uma ferramenta de desenvolvimento e inclusão. A expectativa é que o encontro reúna cerca de 1,5 mil delegados, incluindo representantes de governos em diferentes esferas, membros da sociedade civil organizada, bem como diversas entidades e empreendimentos ligados à economia popular e solidária. Em suma, o evento é um marco para definir as futuras políticas públicas do segmento.
Entendendo a Economia Solidária
Em sua essência, a economia solidária constitui um modelo econômico distintivo, majoritariamente formado por cooperativas solidárias. Nesse arranjo, os próprios trabalhadores não apenas controlam, mas também detêm a propriedade dos meios de produção, o que abrange maquinários e equipamentos. Adicionalmente, um pilar fundamental deste modelo é a autogestão, que se traduz em uma gestão participativa e democrática, onde as decisões são tomadas coletivamente. Por conseguinte, há uma partilha igualitária dos ganhos entre todos os membros, contrastando com modelos empresariais tradicionais. Este sistema colaborativo promove a valorização do trabalho e a distribuição justa dos resultados, consolidando-se como uma alternativa viável e inclusiva para o desenvolvimento socioeconômico.