Edição Brasília

Moraes autoriza Tarcísio e aliados a visitarem Bolsonaro em casa

Moraes autoriza Tarcísio de Freitas e outros aliados a visitarem Jair Bolsonaro, em prisão domiciliar em Brasília, a partir desta quinta-feira (7).
Moraes autoriza visitas Bolsonaro
Foto: Gustavo Moreno/STF

O ministro Alexandre de Moraes, integrante do Supremo Tribunal Federal (STF), concedeu autorização para que o ex-presidente Jair Bolsonaro, atualmente em regime de prisão domiciliar em Brasília, receba a visita de diversos aliados políticos. A medida entrou em vigor a partir desta quinta-feira, 7 de agosto, abrindo um cronograma de visitas para figuras importantes da política nacional.

Cronograma de Visitas e Detalhes da Autorização

Dessa forma, o governador de São Paulo, Tarcísio Gomes de Freitas, foi o primeiro a ser autorizado a visitar Bolsonaro em sua residência, localizada em um condomínio no bairro Jardim Botânico. Além dele, outros políticos também obtiveram aval para as visitas, que devem ocorrer em dias úteis consecutivos, sempre entre 10h e 18h.

Adicionalmente, a vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão, foi autorizada a visitar o ex-presidente nesta sexta-feira, 8 de agosto. Vale ressaltar que Celina Leão havia solicitado permissão para encontrar também a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, com quem mantém laços de amizade. Posteriormente, o empresário Renato de Araújo Corrêa terá sua vez na segunda-feira, 11 de agosto. Por conseguinte, uma sequência de visitas de deputados aliados está programada: Junio Amaral (PL-MG) no dia 12 de agosto, seguido por Marcelo Moraes (PL-RS) no dia 13, e Luciano Zucco (PL-RS) em 14 de agosto.

É importante mencionar que todos os pedidos de visita foram feitos pelos próprios interessados e, antes de chegar à decisão do ministro Moraes, receberam a anuência da defesa de Bolsonaro, que concordou com as solicitações. Inclusive, em uma decisão anterior, na quarta-feira, 6 de agosto, Moraes já havia permitido que Bolsonaro recebesse visitas de familiares, incluindo filhos e netos, sem a necessidade de autorização prévia do STF para cada encontro.

O Contexto da Prisão Domiciliar e o Recurso da Defesa

A imposição da prisão domiciliar a Jair Bolsonaro ocorreu na segunda-feira, 4 de agosto. A medida foi determinada por Alexandre de Moraes após o ministro interpretar que o ex-presidente desrespeitou uma proibição judicial de uso de redes sociais. Essa violação, segundo a decisão, teria se dado por meio de publicações veiculadas nos perfis de seus filhos: Carlos, Eduardo e Flávio.

No entanto, em resposta à determinação, a defesa de Bolsonaro protocolou um recurso na noite da quarta-feira, 6 de agosto, contestando a prisão domiciliar. Os advogados argumentaram que o ex-presidente não teve nenhuma intenção de descumprir a medida cautelar imposta. Além disso, alegaram a inexistência de provas que comprovem que Bolsonaro tinha conhecimento prévio ou participou da elaboração das postagens realizadas por seus filhos nas redes sociais.

Em outras palavras, o recurso também enfatiza que as publicações questionadas consistiam apenas em saudações a apoiadores. Dessa maneira, a defesa sustenta que tal tipo de manifestação não deveria ser caracterizada como crime, sob o risco de censurar qualquer tipo de pronunciamento do ex-presidente. Os advogados, ademais, manifestaram descontentamento com o que consideraram uma “antecipação do cumprimento de pena”, em face das acusações ainda em andamento.

Próximos Passos do Recurso e Outras Investigações

Inicialmente, a análise do recurso apresentado pela defesa de Jair Bolsonaro caberá ao próprio ministro Alexandre de Moraes. Caso haja uma recusa por parte do ministro, o pedido poderá ser submetido à apreciação e votação da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal. Esse colegiado é composto por quatro outros ministros: Cristiano Zanin, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Flávio Dino.

É fundamental contextualizar que Jair Bolsonaro é alvo de diversas investigações em curso no Supremo Tribunal Federal. O processo mais adiantado, conforme denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), o coloca como réu por uma suposta tentativa de golpe de Estado. A acusação aponta que essa trama teria sido liderada por ele com o objetivo de permanecer no poder após sua derrota nas eleições. Por outro lado, a defesa do ex-presidente nega veementemente qualquer participação dele em tramas golpistas, reafirmando sua inocência nas acusações que pesam contra ele.