Edição Brasília

PF desarticula laboratório de drogas sintéticas em operação internacional

A Polícia Federal desarticulou nesta quarta-feira (6) um laboratório de drogas sintéticas na Ilha do Governador, Rio de Janeiro, prendendo uma mulher em operação internacional contra o tráfico.
Laboratório drogas sintéticas Rio
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

A Polícia Federal (PF) desmantelou um laboratório clandestino de produção de drogas sintéticas na Ilha do Governador, Rio de Janeiro, na última quarta-feira (6), resultando na prisão de uma mulher. Essa ação representa um marco significativo em uma ampla operação internacional de combate ao tráfico de entorpecentes, demonstrando a colaboração entre agências de segurança.

Detalhes da Operação “Conexão Puebla-Rio”

Agentes da Polícia Federal executaram a Operação “Conexão Puebla-Rio” na quarta-feira, 6 de agosto, com a finalidade primordial de reprimir o tráfico transnacional de drogas. Além disso, essa iniciativa contou com o suporte estratégico da Agência de Investigações de Segurança Interna (Homeland Security Investigations – HSI) dos Estados Unidos da América, evidenciando uma coordenação internacional robusta.

Durante o cumprimento de um mandado judicial em uma residência na Ilha do Governador, localizada na zona norte carioca, os policiais federais identificaram um casal como os moradores. No local, para a surpresa dos agentes, funcionava um laboratório clandestino dedicado à fabricação de entorpecentes sintéticos. Consequentemente, a mulher que estava sob investigação foi imediatamente presa em flagrante, enquanto seu companheiro não foi encontrado, sendo agora considerado foragido da justiça.

Adicionalmente, a equipe policial realizou a apreensão de significativa quantidade de metanfetamina, apresentada tanto em sua forma cristalizada quanto líquida, no interior da residência. Posteriormente, essa substância será submetida a uma pesagem oficial para determinar sua quantidade exata. Após a conclusão da perícia técnica no local, todos os equipamentos e insumos químicos empregados na elaboração dos narcóticos foram devidamente recolhidos, e a mulher detida foi encaminhada à Superintendência da Polícia Federal no Rio de Janeiro para os procedimentos legais cabíveis. Por fim, é relevante destacar que o êxito da operação também se deveu ao apoio crucial do Oficialato de Ligação da Polícia Federal sediado em Miami, reforçando a natureza global da ação.

Impacto Global das Drogas Sintéticas

Em um cenário de preocupação crescente, o Relatório Mundial sobre Drogas de 2024, divulgado pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), lança luz sobre a gravidade do problema global das drogas. Conforme o documento, o surgimento de novos opioides sintéticos, combinado a uma oferta e demanda inéditas por outras substâncias ilícitas, tem exacerbado consideravelmente os impactos negativos. Consequentemente, observa-se um aumento alarmante nos transtornos associados ao uso de drogas, bem como danos ambientais significativos em diversas regiões.

A diretora-executiva do UNODC, Ghada Wally, salientou a urgente necessidade de uma resposta coordenada. Ela enfatizou que a produção, o tráfico e o consumo de drogas continuam a agravar a instabilidade social e a desigualdade, ao mesmo tempo em que provocam prejuízos incalculáveis à saúde pública, à segurança comunitária e ao bem-estar individual. Portanto, a diretora defende a implementação de tratamentos baseados em evidências e o fornecimento de suporte adequado a todos os indivíduos afetados pelo uso de drogas. Além disso, Wally destacou a imperatividade de intensificar as ações contra as complexas redes de tráfico ilícito e de investir substancialmente em programas de prevenção eficazes para mitigar os riscos.

Os dados globais revelam um panorama preocupante: em 2022, mais de 292 milhões de pessoas fizeram uso de drogas, marcando um aumento de 20% em comparação com a década anterior. Nesse contexto, a Cannabis permanece como a substância ilícita mais amplamente consumida em todo o mundo, com cerca de 228 milhões de usuários. Subsequentemente, os opioides figuram com aproximadamente 60 milhões de usuários, seguidos pelas anfetaminas, que registram 30 milhões. Por outro lado, a cocaína é utilizada por cerca de 23 milhões de pessoas, e o ecstasy, por sua vez, atinge a marca de 20 milhões de usuários globalmente, reforçando a diversidade e a escala do desafio enfrentado pelas autoridades de saúde e segurança pública ao redor do globo.