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Dirigente da WTT responsabiliza Hugo Calderano por ausência em torneio nos EUA

O CEO da WTT, Steve Dainton, responsabilizou Hugo Calderano por sua ausência no torneio WTT Grand Smash Las Vegas, nos EUA, citando a falha do atleta em obter visto após viagem a Cuba.
problema visto Hugo Calderano
Foto: © Foto: Divulgação/WTT

A ausência de Hugo Calderano, um dos principais nomes do tênis de mesa mundial, no WTT Grand Smash de Las Vegas, gerou uma forte reação do comando da modalidade. Neste domingo, Steve Dainton, CEO da World Table Tennis (WTT), entidade responsável pela organização do circuito, atribuiu diretamente ao atleta brasileiro a responsabilidade por não ter conseguido competir no prestigioso torneio nos Estados Unidos. O impedimento ocorreu devido a um problema burocrático na obtenção de seu visto de entrada, uma situação que, segundo o dirigente, poderia ter sido evitada.

Em uma entrevista concedida ao portal oficial da Associação de Tênis de Mesa dos Estados Unidos (USATT), Dainton abordou o caso do brasileiro, atual número três do ranking mundial. Embora tenha lamentado a ausência de uma figura tão proeminente, o executivo foi enfático ao afirmar que a responsabilidade final recai sobre o próprio Calderano, que até o momento não se pronunciou sobre as declarações. O CEO destacou que a organização incentiva os atletas a organizarem sua documentação com meses de antecedência para evitar contratempos.

A visão da WTT sobre a responsabilidade profissional

Durante sua fala, Steve Dainton ressaltou a importância de Calderano para o esporte, descrevendo-o como um jogador incrível cujos resultados recentes o consolidam entre os melhores do mundo. Portanto, sua presença em Las Vegas seria de grande valor para o evento. Entretanto, Dainton utilizou o episódio para enviar uma mensagem clara a todos os competidores do circuito. Ele afirmou que o profissionalismo no esporte moderno vai além da performance técnica durante as partidas.

Consequentemente, o dirigente concluiu que ser um atleta de elite também implica em assumir responsabilidades administrativas fora da área de jogo. Segundo Dainton, os jogadores que seguiram as orientações e prepararam seus vistos com a devida antecedência não enfrentaram dificuldades para entrar nos Estados Unidos. Essa declaração sugere que a falha de Calderano foi uma exceção que serve como exemplo sobre a necessidade de planejamento e organização pessoal na carreira de um esportista de alto rendimento.

A origem do problema com o visto americano

O imbróglio burocrático de Hugo Calderano tem uma origem específica. O atleta possui cidadania portuguesa, o que, em circunstâncias normais, lhe garantiria a entrada nos Estados Unidos sem a necessidade de um visto formal, por meio do Programa de Isenção de Visto (Visa Waiver Program). Contudo, ele foi informado que sua elegibilidade para essa facilidade havia sido revogada. O motivo foi uma viagem que ele realizou a Cuba em 2023 para disputar o Campeonato Pan-Americano e o torneio classificatório para os Jogos Olímpicos de Paris.

Essa restrição é consequência direta de uma legislação americana de 2015, a “Lei de Melhoria do Programa de Isenção de Visto e Prevenção de Viagens Terroristas”. Essa lei impede que cidadãos de países do programa, como Portugal, utilizem a isenção de visto caso tenham visitado Cuba a partir de 2021. Diante do impedimento, a equipe de Calderano buscou um visto regular em caráter emergencial. Apesar do apoio recebido tanto da USATT quanto do Comitê Olímpico e Paralímpico dos EUA (USOPC), não foi possível agendar uma entrevista consular a tempo, inviabilizando sua participação no Grand Smash.

Brasil segue representado no torneio em Las Vegas

Apesar da notável ausência de sua maior estrela, o Brasil não ficará sem representantes no WTT Grand Smash de Las Vegas. A delegação brasileira conta com outros atletas competindo em diversas categorias. Na chave de simples masculina, por exemplo, o país será defendido por Vitor Ishiy, atual 48º do ranking da WTT, que enfrentará o japonês Hiroto Shinozuka em sua estreia. Além disso, o cenário de duplas masculinas também terá forte presença brasileira.

Vitor Ishiy formará parceria com Guilherme Teodoro, enquanto Leonardo Iizuka competirá ao lado do australiano Hwan Bae. No lado feminino, a principal esperança brasileira na chave individual é Bruna Takahashi, número 19 do mundo, que terá como adversária inicial a egípcia Dina Meshref. Sua irmã, Giulia Takahashi, também estará em ação, competindo nas duplas femininas ao lado de Laura Watanabe. Para completar, a dupla mista será formada por Giulia Takahashi e Guilherme Teodoro, garantindo que a bandeira brasileira esteja presente em múltiplas frentes durante a competição.

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