Centrais sindicais brasileiras reagiram fortemente ao anúncio do governo dos Estados Unidos sobre a imposição de uma tarifa de 50% sobre as exportações do Brasil. Em um manifesto divulgado nesta quinta-feira (10), as entidades classificaram a medida como um ataque à soberania nacional e pediram uma resposta firme por parte do governo Lula.
Centrais sindicais criticam tarifa de Trump e falam em ataque à soberania
O anúncio da taxação de 50% sobre as exportações brasileiras para os Estados Unidos, feito pelo governo de Donald Trump, gerou forte reação das centrais sindicais do Brasil. As entidades consideram a medida uma retaliação às decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) e um ataque à soberania nacional.
Manifesto das centrais sindicais
As oito centrais sindicais que assinam o manifesto expressaram indignação com a decisão unilateral dos Estados Unidos. Para os representantes dos trabalhadores, a ação de Trump evoca memórias de intervenções passadas na política brasileira, como a participação dos EUA no golpe de 1964. Além disso, as centrais sindicais veem a medida como uma resposta hostil às decisões do STF envolvendo empresas norte-americanas que operam no Brasil. As entidades também denunciaram um possível alinhamento com o bolsonarismo, que, segundo elas, busca alimentar a polarização e estimular grupos de extrema-direita a trair os interesses do país.
Justificativa de Trump e reação das centrais
Na quarta-feira (9), Donald Trump comunicou a Luiz Inácio Lula da Silva, por meio de carta, a imposição da tarifa, com início previsto para 1º de agosto. Na carta, Trump justificou a medida citando o ex-presidente Jair Bolsonaro, que atualmente responde a processo no STF por tentativa de golpe de Estado. As centrais sindicais, em contrapartida, argumentam que a elevação das tarifas de exportação representa uma ameaça direta à indústria, ao agronegócio e a diversos outros setores produtivos do Brasil. Consequentemente, a medida pode levar a demissões em massa, fechamento de empresas e aumento do desemprego. Adicionalmente, as centrais alertam para o risco de aumento nos custos de produção, pressão inflacionária e instabilidade cambial.
Resposta do governo Lula e defesa da soberania nacional
Diante do que consideram um ataque à soberania brasileira, as centrais sindicais manifestaram apoio à reação do governo federal, liderado pelo presidente Lula. Nesse sentido, as entidades elogiaram a recente aprovação da Lei da Reciprocidade Econômica, defendendo que o governo utilize todos os instrumentos legais para proteger a economia e a população brasileira.
Pedido de punição a Eduardo Bolsonaro
Além de defender a soberania nacional, as centrais sindicais exigem a cassação do mandato do deputado federal Eduardo Bolsonaro. As entidades argumentam que o parlamentar, mesmo residindo no exterior e recebendo salários pagos pelos brasileiros, atuou como um agente estrangeiro ao fomentar sanções contra o próprio país, caracterizando, dessa forma, crime de lesa-pátria.
Defesa de relações internacionais equilibradas
As centrais sindicais ressaltaram a importância de o Brasil preservar e fortalecer suas relações internacionais, buscando soluções pacíficas, multilaterais e justas. “Confiamos que o governo saberá equilibrar firmeza e diplomacia para impedir a escalada de uma crise”, afirmaram em nota. Em conclusão, as entidades reafirmaram seu compromisso com a soberania nacional, a legitimidade das instituições democráticas e os direitos da classe trabalhadora.
O manifesto é assinado pelas principais centrais sindicais do país: Central Única dos Trabalhadores (CUT), Força Sindical, União Geral dos Trabalhadores (UGT), Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST), Intersindical – Central da Classe Trabalhadora e Central do Servidor.