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Rio: Internações por Síndrome Respiratória Grave ainda preocupam, diz Saúde

Rio registra alta de casos de SRAG, principalmente em crianças. Saúde alerta para baixa adesão à vacinação contra gripe e Covid-19, essencial para conter internações.
**Internações SRAG Rio de Janeiro**
Foto: Tony Winston/Agência Brasília

Apesar de uma ligeira diminuição nos registros, o estado do Rio de Janeiro ainda enfrenta um número preocupante de internações decorrentes da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). A constatação é da Secretaria de Estado de Saúde, que divulgou nesta quarta-feira (9) a mais recente edição do Panorama SRAG, um relatório de análise semanal sobre a situação.

Embora se observe uma certa desaceleração no número de casos, a pressão sobre os leitos hospitalares permanece elevada. A demanda por internações ainda ultrapassa 600 solicitações por semana, o que demonstra a necessidade de manter a vigilância e reforçar as medidas preventivas.

Panorama da SRAG no Rio de Janeiro

Até a última terça-feira (8), o estado do Rio de Janeiro contabilizava 11.635 internações e 836 óbitos em decorrência da SRAG. Entretanto, as últimas semanas apontam para uma leve retração nesses números. Essa estimativa é resultado de um modelo de previsão chamado “nowcasting”, que ajusta as estatísticas levando em consideração os atrasos nas notificações, a fim de fornecer um quadro mais preciso da situação epidemiológica.

Ainda assim, a faixa etária mais afetada pela SRAG continua sendo a de crianças entre 1 e 5 anos. Esse dado reforça a importância de estratégias de prevenção e tratamento direcionadas a esse grupo populacional.

Vírus Sincicial Respiratório e Influenza em Destaque

Entre as crianças de até 9 anos, o Vírus Sincicial Respiratório (VSR) e o Rinovírus são os agentes infecciosos mais frequentemente detectados nos testes realizados. Por outro lado, entre os idosos com 60 anos ou mais, o subtipo H1N1 da Influenza A foi o principal vírus identificado entre abril e junho. Em maio, a Influenza liderou o número de óbitos por SRAG, mas essa tendência tem diminuído gradualmente.

Baixa Adesão à Vacinação Preocupa Autoridades

A superintendente de Vigilância em Saúde, Luciane Velasque, expressou preocupação com a baixa cobertura vacinal contra a Influenza no estado, que está em torno de 30%. Segundo ela, as crianças continuam a ser internadas principalmente devido ao Vírus Sincicial Respiratório (VSR), enquanto os idosos têm apresentado um aumento nas internações por Covid-19, além da Influenza (H1N1). Diante desse cenário, Velasque reforça a importância da vacinação contra a gripe e a Covid-19, incentivando a população a procurar os postos de saúde para se imunizar.

Até esta quarta-feira (9), foram aplicadas 2.837.024 doses de vacinas em todo o estado. Dessas, 1.314.059 foram destinadas aos grupos prioritários, o que representa apenas 29,4% da meta estabelecida pelo Ministério da Saúde. Algumas regiões, como a Baixada Litorânea, Metropolitana I e Baía da Ilha Grande, apresentam os piores índices de cobertura vacinal.

É importante ressaltar que a vacinação é gratuita, segura e está disponível em todos os postos de saúde do estado.

Esforços para Ampliar a Cobertura Vacinal e a Assistência

A campanha anual de imunização contra a influenza se estenderá até janeiro de 2026, com estratégias específicas para alcançar os grupos mais vulneráveis. Desde fevereiro, o governo estadual ampliou o número de leitos pediátricos destinados ao atendimento de casos graves de SRAG, totalizando 85 leitos, sendo 40 no Hospital Estadual Ricardo Cruz e 45 no Hospital Zilda Arns. Essas medidas visam garantir a assistência adequada aos pacientes que necessitam de internação.

Portanto, a Secretaria de Estado de Saúde reforça o apelo à população para que se vacine contra a gripe e a Covid-19, a fim de proteger a si mesmos e à comunidade, além de contribuir para a redução da pressão sobre o sistema de saúde.