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São Paulo: Grande ato pede fim da violência em Gaza

**Milhares protestam em SP contra violência em Gaza** Ato em São Paulo neste domingo (15) pede fim dos ataques israelenses, rompimento de relações comerciais com Israel e apoio à caravana humanitária rumo à Faixa de Gaza, em meio à crise humanitária na região.
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Foto: Guilherme Jeronymo/ Agência Brasil.

Domingo, 15 de junho de 2025, marcou um dia de intensa mobilização em São Paulo em apoio ao povo palestino na Faixa de Gaza. Milhares de pessoas participaram de uma marcha, integrando-se à “Marcha Global para Gaza”, um movimento internacional que une ativistas, organizações sociais e movimentos populares em defesa dos direitos humanos na região.

Manifestação em São Paulo pede fim da violência em Gaza

A manifestação paulistana, apoiada por sindicatos, organizações populares e políticos de esquerda, percorreu o centro da cidade, expressando sua solidariedade à população de Gaza que sofre com a crise humanitária causada pelos ataques militares de Israel. O clima foi de unidade e indignação, com participantes clamando por um cessar-fogo imediato.

Entre as reivindicações centrais, destacou-se o apelo ao governo brasileiro para o rompimento das relações comerciais com o governo de Benjamin Netanyahu. Além disso, os manifestantes pediram apoio à caravana humanitária que se dirige à cidade de Rafah, localizada ao sul da Faixa de Gaza, para levar ajuda à população sitiada.

Vozes da Manifestação: Pedidos de Cessar-Fogo e Isolamento Internacional

Diversas vozes se fizeram presentes na manifestação. A ativista Soraya Misleh, de origem palestina e participante ativa das mobilizações desde o início do conflito, qualificou a marcha como histórica, destacando a união da comunidade árabe palestina no Brasil com partidos e movimentos sociais. Em suas palavras, o povo palestino pede “isolamento internacional aos moldes do que foi feito em relação ao apartheid na África do Sul nos anos 90”. Ela comparou a situação atual em Gaza a “um holocausto” e um “bloqueio criminoso”, descrevendo-o como uma “solução final na contínua Nakba”, catástrofe que persiste há mais de 77 anos.

Outro participante, o pesquisador criativo Cauê Teles, acompanhado de seu filho Guido, de 8 anos, reforçou o pedido de rompimento das relações com Israel. “A gente está vindo aqui para poder demandar que o nosso governo rompa as relações com Israel, como vários outros governos já estão fazendo, como a Colômbia, porque a gente não pode continuar apoiando o Estado colonial, que está fazendo um genocídio”, afirmou. Guido, por sua vez, enfatizou a importância do protesto, lembrando que as crianças são as principais vítimas dos bombardeios.

Uma professora, que preferiu o anonimato por medo de retaliações, expressou sua indignação com a escalada do conflito e os ataques ao Irã, salientando a urgência de ações concretas: “Precisamos fazer alguma coisa”. Sentimento semelhante compartilhou o administrador André Luiz, que acredita ser imprescindível o rompimento de relações diplomáticas e comerciais com Israel.

Trajeto e Encerramento da Marcha

A marcha, que se desenvolveu pacificamente, iniciou na Praça Roosevelt e seguiu em direção à Praça Cinquentenário de Israel, em Higienópolis. No entanto, a pedido da polícia, a manifestação foi encerrada antecipadamente na Praça Charles Miller, sem que fosse divulgado o motivo dessa solicitação.

Contexto do Conflito e Mobilização Nacional

A manifestação em São Paulo se insere no contexto de uma grave crise humanitária em Gaza, onde ataques aéreos e disparos israelenses causaram a morte de, pelo menos, 45 palestinos em 14 de junho, segundo a agência Reuters, a maioria próxima a um ponto de distribuição de ajuda. Além de São Paulo, outras cidades brasileiras, incluindo Belo Horizonte, Boa Vista, Curitiba, Fortaleza, Goiânia, Porto Alegre, Rio de Janeiro e Rio Grande (RS), também realizaram marchas em solidariedade ao povo palestino.

Em suma, a manifestação em São Paulo representou um importante ato de protesto contra a violência em Gaza, unindo diversos segmentos da sociedade civil em uma demonstração de apoio ao povo palestino e em demanda por um cessar-fogo imediato e o rompimento das relações comerciais com Israel. O evento reforça a crescente preocupação internacional com a crise humanitária na região e o apelo por uma solução pacífica para o conflito.