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Ameaças de Trump à China impulsionam dólar a R$ 5,71

Ameaças de Trump à China impulsionam dólar a R$ 5,71 nesta sexta (30). A alta da moeda americana, influenciada também por fatores domésticos, fez a bolsa brasileira cair 1,09%, apesar do fechamento mensal positivo.
Dólar alta Trump China
Foto: REUTERS/Mohamed Abd El Ghany/Proibida reprodução

Ameaças de Trump à China Impulsionam Dólar a R$ 5,71

As novas ameaças do presidente norte-americano, Donald Trump, à China geraram instabilidade no mercado financeiro na sexta-feira, 30 de maio. Como consequência direta dessas declarações, o dólar comercial fechou o dia acima de R$ 5,70, influenciando negativamente a bolsa brasileira, que apresentou queda, apesar de um fechamento mensal positivo.

Dólar em Alta e Bolsa com Queda, Apesar de Mês Positivo

O dólar comercial encerrou a sexta-feira cotado a R$ 5,718, registrando alta de R$ 0,052 (+0,91%). A valorização da moeda americana foi consistente ao longo de toda a sessão, atingindo seu pico de R$ 5,73 por volta do meio-dia. Esse valor representa a maior cotação desde 7 de maio. É importante destacar que, apesar da alta no dia, o dólar acumulava queda até a quinta-feira (29), fechando maio com uma leve alta de 0,78% no mês. Em contraponto, a performance em 2025 mostra uma queda de 7,45% na moeda americana.

Paralelamente, o mercado de ações também vivenciou um dia de instabilidade. O Ibovespa, índice de referência da B3, fechou aos 137.027 pontos, com uma queda de 1,09%. Entretanto, é crucial ressaltar que, apesar do recuo na sexta-feira, o índice registrou alta de 1,45% em maio, marcando o terceiro mês consecutivo de crescimento.

Impacto das Declarações de Trump e Fatores Domésticos

A escalada de tensão nas declarações de Donald Trump em relação à China teve um impacto significativo no mercado financeiro global. Em uma publicação em suas redes sociais, Trump acusou a China de violar um acordo para reduzir tarifas e aliviar as restrições a minerais essenciais. Essa afirmação, em particular, contribuiu para a valorização do dólar frente às moedas de países emergentes, incluindo o real brasileiro.

Além das tensões geopolíticas, fatores domésticos também contribuíram para a movimentação do mercado. No último dia útil de maio, a formação da Taxa Ptax, que representa a média da taxa de câmbio diária, exerceu pressão adicional sobre a cotação do dólar. A Ptax é utilizada para ajustar ativos e passivos do governo vinculados ao câmbio, como a dívida externa, a dívida interna atrelada ao dólar e as reservas internacionais. Portanto, a sua influência é considerável na dinâmica cambial.

Cenário Econômico Interno e Implicações para a Bolsa

No que se refere à bolsa de valores, a divulgação dos dados do Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre, que apontou um crescimento de 1,4%, influenciou o desempenho das ações. De fato, essa expansão econômica, superior às expectativas, pode levar o Banco Central a manter os juros altos por um período mais prolongado. Consequentemente, essa medida pode reduzir a atratividade da bolsa de valores, desviando recursos para investimentos de renda fixa.

Em conclusão, a conjuntura econômica global, marcada pelas declarações de Trump e a dinâmica interna da economia brasileira, resultou em um dia de volatilidade no mercado financeiro. Apesar da queda na sexta-feira, a tendência de crescimento tanto no mercado acionário quanto na valorização da moeda americana ao longo do mês de maio demonstra a complexidade e a interdependência dos fatores que moldam a economia brasileira e global.

*Com informações da Reuters