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Anvisa aprova novo medicamento que retarda progressão do Alzheimer em estágios iniciais

Donanemabe demonstrou eficácia na redução do avanço da doença em pacientes com comprometimento cognitivo leve. Brasil amplia opções de tratamento.
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Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

Brasil aposta em tratamento inovador contra o Alzheimer

A Anvisa aprovou o registro do medicamento Kisunla (donanemabe) nesta terça-feira (23), em mais um passo importante na luta contra o Alzheimer. O remédio ajuda a desacelerar a progressão da doença em pacientes com sintomas leves.

A substância atua como um anticorpo monoclonal, que se liga à proteína beta-amiloide e elimina suas placas, que prejudicam o funcionamento do cérebro. Por isso, o tratamento oferece esperança a quem enfrenta os estágios iniciais dessa condição neurodegenerativa.

Estudo confirma a eficácia do donanemabe

Pesquisadores testaram o medicamento em 1.736 pacientes com Alzheimer leve. O grupo que recebeu o donanemabe apresentou melhora significativa em comparação ao grupo placebo.

Durante 72 semanas, os pacientes tomaram doses que variaram entre 700 mg e 1.400 mg a cada quatro semanas. Os resultados comprovaram uma evolução mais lenta da doença entre os tratados.

O acompanhamento avaliou tanto a cognição quanto a capacidade funcional dos participantes. Os resultados, então, reforçaram a eficácia da medicação no início do quadro clínico.

Cuidados, reações e restrições do tratamento

A Anvisa alertou que o uso do donanemabe não é recomendado para pessoas que usam anticoagulantes, como varfarina, ou que tenham angiopatia amiloide cerebral, detectada por imagem.

Além disso, alguns pacientes relataram efeitos adversos como febre, dores de cabeça e sintomas gripais após as infusões. Por isso, a agência reguladora irá acompanhar de perto os tratamentos com donanemabe, seguindo um plano rigoroso de monitoramento de riscos.

Alzheimer exige cuidados contínuos

O Ministério da Saúde classifica o Alzheimer como um transtorno progressivo, com deterioração da memória, da linguagem e de outras funções cognitivas. Embora ainda não exista cura, tratamentos ajudam a desacelerar o avanço da doença.

No Brasil, o SUS disponibiliza tratamento gratuito e acompanhamento multidisciplinar em centros especializados. Médicos, psicólogos, terapeutas e cuidadores atuam em conjunto para melhorar a qualidade de vida dos pacientes.

Mas os cuidados vão além dos centros de saúde. Familiares e profissionais de apoio desempenham papel essencial no dia a dia, adaptando o ambiente e garantindo bem-estar físico e emocional.