Edição Brasília

Toffoli vota por manter condenações no caso da Boate Kiss e reforça decisão do Tribunal do Júri

O ministro do STF afirmou que não há irregularidades nas sentenças que punem os quatro responsáveis pela tragédia de Santa Maria, ocorrida em 2013.
Ministro do Supremo Tribunal Federal-STF, Dias Toffoli
Foto: ASCOM/STF - ASCOM/STF

Ministro reafirma validade das condenações no caso Kiss

O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou nesta sexta-feira (4) pela manutenção das condenações dos quatro réus no caso da Boate Kiss.
A tragédia, ocorrida em 2013, na cidade de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, deixou 242 mortos e mais de 600 feridos, sendo considerada uma das maiores do país.

O julgamento, em curso na Segunda Turma do STF, trata de recursos apresentados pelos acusados.
Eles tentam reverter a decisão anterior da Corte, que validou a atuação do Tribunal do Júri e determinou a prisão dos condenados.

Relembrando os condenados e as penas aplicadas

Com o voto de Toffoli, voltam a valer as condenações dos quatro envolvidos:

  • Elissandro Callegaro Spohr, ex-sócio da boate: 22 anos e seis meses de prisão
  • Mauro Londero Hoffmann, também ex-sócio: 19 anos e seis meses
  • Marcelo de Jesus dos Santos, vocalista da banda Gurizada Fandangueira: 18 anos
  • Luciano Bonilha Leão, produtor musical do show: 18 anos

Os quatro foram responsabilizados por suas ações e omissões durante o evento, que terminou de forma trágica.
Então, a decisão de manter as sentenças reforça a posição da Justiça sobre a gravidade dos fatos.

Toffoli nega argumentos da defesa e valoriza decisão popular

Em seu voto, Toffoli afirmou que os recursos apresentados não se justificam.
Segundo ele, o objetivo dos réus é apenas rediscutir a causa, o que não é permitido no tipo de recurso analisado.

“É evidente que a pretensão do embargante é provocar a rediscussão da causa”, afirmou.
Por isso, o ministro considerou que não há qualquer vício ou irregularidade nas decisões anteriores.

Além disso, Toffoli defendeu o papel do Tribunal do Júri e o respeito às decisões oriundas da participação popular.
Assim, seu voto valoriza o princípio democrático presente nesse tipo de julgamento.

Julgamento virtual segue até o dia 11 de abril

O julgamento está sendo realizado em ambiente virtual e termina no próximo dia 11 de abril.
Até agora, apenas o ministro Toffoli votou. Ainda faltam os votos de Gilmar Mendes, Edson Fachin, André Mendonça e Nunes Marques.

Caso a maioria acompanhe Toffoli, as condenações dos réus continuarão válidas e as penas seguirão aplicadas conforme decidido em instância anterior.

Enquanto isso, familiares das vítimas aguardam com esperança o desfecho do caso, que representa um marco para a responsabilização em grandes tragédias no Brasil.