A prévia da inflação no Brasil, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), registrou uma alta de 1,23% em fevereiro. Esse é o maior aumento desde abril de 2022, quando o índice atingiu 1,73%. O principal fator que impulsionou a inflação foi a conta de luz, seguida pelos reajustes nas mensalidades escolares.
Os dados foram divulgados nesta terça-feira (25) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em janeiro, o índice havia sido de apenas 0,11%, o que reforça o impacto da alta nos preços neste mês.
Conta de luz e mensalidades escolares pressionam a inflação
Dos nove grupos de produtos e serviços analisados pelo IBGE, sete apresentaram alta em fevereiro. O grupo habitação teve a maior variação, com um aumento de 4,34%, impulsionado pelo reajuste da energia elétrica, que subiu 16,33%.
Esse aumento ocorreu porque, em janeiro, os brasileiros receberam o Bônus Itaipu, um desconto que reduziu a conta de luz em 15,46%. Como o desconto não se repetiu em fevereiro, o custo da energia elétrica voltou ao normal, gerando um aumento significativo na comparação mensal.
Outro fator que impactou o índice foi a educação, que teve uma alta de 4,78%, reflexo dos reajustes anuais nas mensalidades escolares. Os aumentos mais expressivos foram observados no ensino fundamental (7,50%), no ensino médio (7,26%) e no ensino superior (4,08%).
Embora o grupo de educação tenha registrado a maior variação percentual, o setor de habitação influenciou mais no IPCA-15 porque tem um peso maior no orçamento familiar.
Preços dos alimentos desaceleram, mas combustíveis continuam em alta
O grupo alimentação e bebidas teve um aumento de 0,61%, menor do que o registrado em janeiro, que foi de 1,06%. Isso indica que os preços dos alimentos continuam subindo, mas a um ritmo mais lento. O destaque foi o café moído, que subiu 11,63% e teve o maior impacto individual no setor.
No setor de transportes, houve uma alta de 0,44%, influenciada principalmente pelo aumento dos combustíveis, que subiram 1,88%. O etanol (3,22%), o diesel (2,42%) e a gasolina (1,71%) registraram altas, enquanto o gás veicular teve uma leve queda de 0,41%.
Por outro lado, as passagens aéreas tiveram uma queda expressiva de 20,42%, o que ajudou a reduzir um pouco a pressão inflacionária no setor de transportes.
Confira a variação dos grupos no IPCA-15 de fevereiro
- Habitação: +4,34%
- Educação: +4,78%
- Alimentação e bebidas: +0,61%
- Transportes: +0,44%
- Saúde e cuidados pessoais: +0,54%
- Artigos de residência: +0,38%
- Despesas pessoais: +0,01%
- Vestuário: -0,08%
- Comunicação: -0,06%
Inflação acumulada supera a meta do governo
No acumulado de 12 meses, o IPCA-15 registra uma alta de 4,96%, ultrapassando a meta do governo, que é de 4,5%. Em janeiro, a inflação acumulada estava no limite da meta, mas o aumento de fevereiro fez com que ela ficasse acima do esperado.
O IPCA-15 funciona como uma prévia da inflação oficial do país, o IPCA, que será divulgado no dia 12 de março pelo IBGE. O índice considera os preços de uma cesta de produtos e serviços para famílias com renda entre 1 e 40 salários mínimos, coletando dados em 11 regiões metropolitanas do Brasil.
📌 Acompanhe a divulgação do IPCA completo no próximo mês para entender o comportamento da inflação no país.