O dólar voltou a subir nesta segunda-feira (3), ultrapassando a marca de R$ 5,90, impulsionado pelas recentes decisões do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. O republicano anunciou novas tarifas sobre importações da China, Canadá e México, gerando preocupações sobre o impacto nas economias globais.
Ao mesmo tempo, o Ibovespa – principal índice da bolsa brasileira (B3) – registra queda de 0,13%, acompanhando um movimento de desvalorização em outros mercados internacionais.
Impacto das medidas de Trump
O governo dos Estados Unidos determinou tarifas de 10% sobre produtos chineses e de 25% sobre importações do México e do Canadá, incluindo 10% sobre o petróleo canadense. As novas regras entram em vigor já nesta terça-feira (4).
Trump argumenta que a decisão visa fortalecer a economia norte-americana, mas admitiu que o país pode enfrentar dificuldades iniciais. “Pode ser doloroso no começo, mas valerá a pena”, declarou o presidente.
A resposta foi imediata:
📌 Canadá anunciou tarifas de 25% sobre produtos importados dos EUA;
📌 México avalia medidas retaliatórias para defender sua economia;
📌 China classificou as tarifas como violação das regras da Organização Mundial do Comércio (OMC) e deve recorrer formalmente.
O mercado vê essas movimentações com preocupação, pois o cenário pode levar a uma guerra comercial prolongada, com impacto no preço de produtos em diversos países.
Dólar sobe e Ibovespa recua
Às 11h55, o dólar apresentava alta de 1,10%, cotado a R$ 5,9016. Na sexta-feira (31), a moeda norte-americana encerrou o pregão em queda de 0,25%, valendo R$ 5,8372.
A valorização do dólar reflete o movimento global de investidores em busca de ativos mais seguros diante da incerteza econômica.
📊 Acumulado do dólar:
✔️ Queda de 1,37% na última semana;
✔️ Recuo de 5,54% no mês e no ano.
Enquanto isso, o Ibovespa recua 0,13%, aos 125.967 pontos. Na sexta-feira, o índice já havia fechado com queda de 0,61%, aos 126.135 pontos.
📊 Acumulado do Ibovespa:
✔️ Alta de 3,01% na semana;
✔️ Ganho de 4,86% no mês e no ano.
Por que o dólar está subindo?
Especialistas indicam que o aumento do dólar está ligado a três fatores principais:
1️⃣ Risco de inflação nos EUA – Com as tarifas, o custo dos produtos importados pode subir, elevando a inflação americana. Se isso ocorrer, o Federal Reserve (Fed) – o banco central dos EUA – pode adotar medidas para conter os preços, como aumentar os juros.
2️⃣ Taxas de juros nos EUA – Juros mais altos tornam os títulos do Tesouro norte-americano mais atrativos. Isso faz com que investidores retirem dinheiro de mercados emergentes, como o Brasil, fortalecendo o dólar.
3️⃣ Guerra comercial e incerteza global – A possibilidade de mais tarifas e retaliações gera um efeito de precaução, levando investidores a comprar moedas fortes, como o dólar, e reduzir aplicações em países com economias instáveis.
Cenário internacional e expectativas para o Brasil
Os mercados globais seguem operando em baixa:
📉 Bolsas asiáticas:
✔️ Nikkei (Japão) caiu 2,66%;
✔️ KOSPI (Coreia do Sul) desvalorizou 2,52%;
✔️ Hang Seng (Hong Kong) teve leve queda de 0,04%.
📉 Bolsas europeias:
✔️ Principais índices operam no vermelho, acompanhando a reação global.
O Brasil acompanha o cenário com cautela. O governo de Luiz Inácio Lula da Silva evita tomar medidas precipitadas, aguardando o desdobramento da guerra comercial antes de avaliar uma possível reação.
Em meio a esse cenário, o mercado financeiro brasileiro segue atento aos desdobramentos da política econômica dos Estados Unidos e às possíveis oportunidades para o agronegócio nacional, caso a China e a União Europeia optem por comprar mais produtos brasileiros para driblar as restrições comerciais.
Conclusão
A forte alta do dólar e a queda da bolsa refletem a apreensão global com a escalada da guerra comercial dos EUA. Investidores monitoram os desdobramentos das novas tarifas impostas por Trump e a reação dos países afetados.
O impacto da valorização do dólar pode ser sentido nos preços de importados, combustíveis e até na inflação brasileira. No entanto, a situação também pode trazer oportunidades para setores como agronegócio e exportação de commodities.