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Surto de metapneumovírus humano na China chama atenção para cuidados com saúde respiratória

Vírus que causa infecção respiratória leve pode evoluir para quadros graves em crianças e idosos. Especialistas reforçam importância da prevenção e monitoramento.
Vírus respiratório
Foto: Mojpe/Pixabay

O metapneumovírus humano (hMPV), detectado pela primeira vez na Holanda em 2001, tem sido responsável por um recente surto de infecções respiratórias na China. O vírus, que pertence à mesma família do vírus sincicial respiratório (VSR), geralmente provoca sintomas leves, mas pode levar a complicações graves, principalmente entre crianças pequenas, idosos e pessoas com condições de saúde preexistentes.

O que é o metapneumovírus humano?

O hMPV é um dos vírus associados ao resfriado comum, caracterizado por infecções no trato respiratório superior. Apesar de geralmente causar sintomas leves, como tosse, febre e dor de garganta, ele pode evoluir para bronquiolite ou pneumonia, sobretudo em grupos vulneráveis. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o vírus é transmitido por partículas respiratórias de pessoas infectadas, o que pode ocorrer em ambientes fechados ou compartilhados.

Esse patógeno é comum em diversas partes do mundo e costuma se espalhar com maior frequência no final do inverno e início da primavera, período em que infecções respiratórias são mais recorrentes.

Principais sintomas e grupos de risco

Os sintomas do hMPV incluem febre, tosse, nariz entupido ou escorrendo, dor de cabeça e dores no corpo, sendo semelhantes aos de outras infecções respiratórias, como gripe e covid-19. Nos casos mais graves, o vírus pode causar dificuldades respiratórias, desidratação e febre persistente.

Os grupos mais afetados incluem:

  • Crianças menores de 5 anos;
  • Idosos;
  • Pessoas imunossuprimidas ou com condições como asma ou doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC).

Prevenção e cuidados básicos

Embora não exista vacina para o hMPV, medidas preventivas simples podem reduzir significativamente o risco de transmissão:

  • Usar máscara em locais lotados ou pouco ventilados;
  • Lavar as mãos frequentemente com água e sabão ou álcool em gel;
  • Manter os ambientes ventilados, abrindo janelas para melhorar o fluxo de ar;
  • Evitar contato próximo com pessoas doentes;
  • Cobrir a boca e o nariz com o cotovelo ou lenço ao tossir ou espirrar.

Além disso, fortalecer o sistema imunológico com uma alimentação balanceada, prática de exercícios físicos e boa qualidade de sono também contribui para a prevenção.

Tratamento e diagnóstico

Não há medicamento específico para tratar o hMPV. Os sintomas leves podem ser aliviados com medicamentos vendidos sem receita, como antitérmicos e descongestionantes, além de descanso e hidratação. Nos casos graves, pode ser necessário suporte médico, como o uso de oxigênio.

O diagnóstico do hMPV é feito por meio de testes PCR, considerados os mais precisos para identificar o vírus. No entanto, como a maioria dos casos é leve, os médicos podem não solicitar exames específicos.

Monitoramento internacional e ações preventivas

O Ministério da Saúde do Brasil informou que está monitorando o surto na China em cooperação com a OMS e outras autoridades sanitárias internacionais. Apesar de ainda não haver alerta global sobre o hMPV, a vigilância epidemiológica segue acompanhando os casos e trocando informações para garantir a proteção da população.

O recente surto reforça a importância de medidas preventivas e do fortalecimento de sistemas de saúde pública para lidar com doenças respiratórias, especialmente entre os grupos mais vulneráveis.