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Manifestação em São Paulo exige mudanças na segurança pública e a saída de secretário

Protestos pedem desmilitarização, ampliação de câmeras corporais e maior controle externo sobre as ações policiais
Manifestação em São Paulo
Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil

Mobilização pelo fim da violência policial

Entidades do movimento negro de São Paulo e a Frente Povo Sem Medo realizaram, na noite desta quinta-feira (5), uma manifestação no centro da capital paulista. O protesto pediu a saída do secretário de Segurança Pública do Estado de São Paulo, Guilherme Derrite, e destacou a necessidade de desmilitarizar a polícia e punir ações abusivas.

O ato teve início no Theatro Municipal e seguiu em passeata até a Secretaria de Segurança Pública. Participantes denunciaram o aumento de homicídios e abusos cometidos por policiais, registrados inclusive por câmeras corporais.

“Todos nós temos conhecidos ou familiares vítimas da violência policial. Majoritariamente, essas vítimas são negras. Já derrubamos secretários antes e vamos fazer isso de novo”, afirmou Fabíola Carvalho, da Uneafro.

Reivindicações por mudanças estruturais

Os manifestantes também pediram a reinstalação de câmeras corporais em todos os policiais e maior controle externo das corporações. Para Priscila dos Santos, do Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas, a violência só diminuirá com uma reestruturação profunda.

“Queremos uma instituição que proteja o povo, não que trate os cidadãos como inimigos. Isso exige a desmilitarização da polícia e a criação de mecanismos eficientes de controle”, destacou.

Simone Nascimento, do Movimento Negro Unificado (MNU), reforçou a demanda por respeito à Ouvidoria da Polícia Militar. “Precisamos de uma ouvidoria independente, que fiscalize a polícia e atue com transparência, sem ser subordinada à secretaria de segurança”, afirmou.

Governador reconhece erro e promete ampliação de câmeras

O governador Tarcísio de Freitas admitiu, nesta quinta-feira (5), ter subestimado a importância das câmeras corporais para policiais. Durante coletiva de imprensa, ele reconheceu que o equipamento é essencial para proteger a sociedade e os agentes.

“Eu estava errado. Hoje, entendo que as câmeras são fundamentais. Vamos não só manter o programa, mas ampliá-lo com o melhor em tecnologia disponível”, declarou.

Apesar do compromisso, o governo publicou recentemente uma resolução que cria uma nova ouvidoria, subordinada à Secretaria de Segurança Pública. A medida gerou críticas de movimentos sociais, que a consideram uma tentativa de enfraquecer a Ouvidoria da Polícia.

SSP responde às denúncias

Em nota, a Secretaria de Segurança Pública afirmou que não tolera desvios de conduta de seus agentes e que vem agindo com rigor para punir infratores. Segundo a pasta, mais de 280 policiais foram demitidos ou expulsos desde o início da atual gestão, e 414 agentes foram presos.

“A corregedoria trabalha de forma independente para garantir que nenhuma irregularidade fique impune”, informou o comunicado.