PF investiga omissões em depoimento de Mauro Cid
A Polícia Federal (PF) enviou nesta terça-feira (19) ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), um relatório detalhado do depoimento do tenente-coronel Mauro Cid. O ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro é investigado por envolvimento em um plano golpista para assassinar líderes políticos, incluindo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o próprio Moraes.
Segundo a PF, o depoimento trouxe contradições e possíveis omissões em relação às perguntas feitas sobre os eventos investigados pela Operação Contragolpe, deflagrada no mesmo dia. A operação tem como objetivo desarticular um grupo que planejava um golpe de Estado em 2022.
Possíveis implicações no acordo de delação
Mauro Cid firmou, no ano passado, um acordo de colaboração premiada com a PF, comprometendo-se a fornecer informações relevantes sobre os fatos ocorridos durante o governo Bolsonaro. Com as novas evidências apresentadas, Moraes avaliará se os benefícios do acordo, como a possibilidade de responder ao processo em liberdade, serão mantidos.
A investigação destaca que uma das reuniões relacionadas ao plano golpista ocorreu em 12 de novembro de 2022, na residência do general Braga Netto, em Brasília, com a participação de Mauro Cid. Esse encontro seria um dos momentos cruciais para a organização das ações ilícitas.
Defesa nega omissões
Após o depoimento, a defesa de Mauro Cid afirmou que ele não possui informações sobre o plano golpista e que respondeu com total transparência às perguntas feitas pela Polícia Federal. “Meu cliente não omitiu nenhuma informação. As acusações carecem de embasamento sólido e serão devidamente contestadas”, declarou o advogado.
A análise do caso por Alexandre de Moraes será fundamental para determinar o futuro do acordo de delação e a condução das investigações em torno da Operação Contragolpe.
Impacto nas investigações
A Operação Contragolpe já resultou na prisão de cinco militares envolvidos na trama. As informações coletadas reforçam a gravidade do caso, apontando para uma tentativa de subverter o Estado Democrático de Direito.
Com as revelações em andamento, o trabalho conjunto entre PF e STF segue como peça-chave na defesa da democracia brasileira. Novos desdobramentos são aguardados nos próximos dias, com a possível ampliação das apurações e envolvimento de outras figuras públicas.