Edição Brasília

Operação Contragolpe revela plano golpista com envolvimento de ex-membros do governo Bolsonaro

Ministro Paulo Pimenta destaca evidências de reuniões e planejamento para crimes contra a democracia envolvendo militares e ex-integrantes do governo.
Operação contra golpe vê possível participação de Bolsonaro
Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

Revelações da Operação Contragolpe causam perplexidade

A Operação Contragolpe, deflagrada pela Polícia Federal nesta terça-feira (19), trouxe à tona informações sobre um suposto plano de golpe de Estado em 2022, que teria como objetivo eliminar a chapa presidencial eleita composta por Luiz Inácio Lula da Silva e Geraldo Alckmin, além de neutralizar o ministro do STF Alexandre de Moraes.

O ministro da Secretaria de Comunicação Social, Paulo Pimenta, afirmou que as investigações apontam uma participação direta do núcleo do governo Jair Bolsonaro no planejamento. Reuniões importantes, como uma ocorrida na casa do general Braga Netto, ex-ministro e candidato a vice-presidente de Bolsonaro, reforçam a gravidade dos fatos.

Documentos detalham ações planejadas

Trechos da petição divulgada pelo STF revelam um plano chamado “Punhal Verde e Amarelo”, que detalhava o assassinato de Lula, Alckmin e Moraes. O general Mário Fernandes, então ministro interino da Secretaria-Geral da Presidência, teria mencionado diretamente o plano.

“A intenção era não apenas neutralizar Moraes, mas extinguir a chapa presidencial vencedora. O grupo planejou ações que incluíam monitoramento e execução de ataques”, explicou Pimenta.

Segundo os documentos, militares conhecidos como “kids pretos” (integrantes das forças especiais) seriam os executores das ações, demonstrando o alto nível de organização técnica e operacional envolvido.

Risco à democracia e impacto nas autoridades

Paulo Pimenta afirmou que o plano golpista foi estimulado em um ambiente de incentivo e financiamento por aliados próximos a Bolsonaro. “Esse cenário levou o Brasil à beira de uma tragédia. O plano poderia ter acontecido em 8 de janeiro ou em outras tentativas frustradas de ataques”, alertou.

A diplomação de Lula em 12 de dezembro de 2022, marcada por ataques próximos à sede da Polícia Federal, também é mencionada como um dos momentos de maior risco. Pimenta reforçou a perplexidade com as novas informações, especialmente pelo envolvimento de militares da ativa e membros da Polícia Federal.

Investigações se aproximam do núcleo do governo Bolsonaro

“Os indícios apontam para figuras centrais do governo anterior, pessoas dentro do Palácio do Planalto. A operação demonstra o alcance das ações golpistas e seus riscos à democracia brasileira”, declarou Pimenta.

Documentos encontrados no computador de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, foram cruciais para a investigação. A análise revelou detalhes do planejamento, reforçando a seriedade das acusações.