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Norte e Centro-Oeste concentraram 20% das queimadas em 2024, aponta estudo

Dez cidades do Norte e Centro-Oeste respondem por 20% dos focos de queimadas, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).
Queimadas
Foto: Jader Souza/AL Roraima

Um levantamento recente do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) revelou que dez cidades das regiões Norte e Centro-Oeste do Brasil concentraram cerca de 20% dos focos de queimadas registrados em 2024. O estudo reforça a necessidade de ações rápidas e eficazes para o combate ao desmatamento e à preservação ambiental, com destaque para os impactos socioambientais das queimadas nessas regiões.

Crescimento de queimadas preocupa autoridades e ambientalistas

Os números apontados pelo INPE destacam um aumento significativo nos focos de incêndio em comparação aos anos anteriores. Este crescimento acendeu um alerta entre as autoridades ambientais e organizações não governamentais, que enfatizam a urgência de políticas públicas mais rigorosas para controlar o avanço das queimadas.

As cidades com maior concentração de queimadas estão localizadas principalmente no estado do Pará, na região Norte, e em Mato Grosso, na região Centro-Oeste. Ambos os estados enfrentam uma combinação de fatores que agravam a situação, como a expansão agrícola, atividades de pecuária e desmatamento ilegal. Os especialistas apontam que, além das perdas ecológicas, os incêndios afetam a qualidade do ar e a saúde da população local.

Ações do governo e de ONGs para combater as queimadas

Em resposta aos dados alarmantes, o governo federal anunciou a intensificação de ações de fiscalização e o aumento do número de brigadistas para atuar nas áreas mais afetadas. Além disso, as organizações não governamentais estão mobilizando campanhas de conscientização sobre a importância da preservação ambiental e os impactos das queimadas.

O ministro do Meio Ambiente, em entrevista recente, destacou que o governo está comprometido em reduzir drasticamente o número de queimadas nos próximos anos. “Estamos implementando novas tecnologias de monitoramento e trabalhando com governos locais para reforçar a proteção das áreas florestais e a responsabilização de quem pratica o desmatamento ilegal”, afirmou.

A colaboração entre diferentes esferas de governo e sociedade civil tem se mostrado essencial para lidar com o desafio das queimadas. Além do monitoramento por satélite, o INPE também tem fornecido relatórios diários com dados atualizados, permitindo uma resposta mais rápida das autoridades.

Impactos socioambientais e a conscientização da população

Além dos danos ambientais, as queimadas afetam diretamente a vida das comunidades locais, que convivem com a fumaça e com a destruição de áreas florestais próximas. Agricultores e moradores têm relatado dificuldades respiratórias, além da perda de lavouras e pastagens devido ao avanço do fogo.

Para reverter esse cenário, especialistas defendem a necessidade de conscientização da população sobre os perigos das queimadas, especialmente em áreas rurais, onde práticas de “limpeza” de terreno com fogo ainda são comuns. “É fundamental educar as pessoas sobre métodos alternativos para evitar queimadas descontroladas e proteger o ecossistema”, comenta um pesquisador do INPE.

Expectativas futuras e planos de controle

O estudo do INPE vem em um momento crucial, em que o Brasil busca cumprir suas metas ambientais internacionais, especialmente no que diz respeito à redução do desmatamento e às emissões de gases de efeito estufa. A meta do governo é diminuir significativamente os focos de queimadas até o final da década, investindo em tecnologias mais avançadas de controle e em uma legislação mais rígida.

Com o engajamento de diferentes setores da sociedade, há um otimismo cauteloso de que as ações tomadas agora poderão reduzir os impactos das queimadas no futuro. Mas, para que isso aconteça, a população também precisa se conscientizar sobre a importância de preservar as florestas e adotar práticas sustentáveis no campo.