A campanha Fevereiro Roxo conscientiza sobre o Alzheimer, doença neurodegenerativa que ainda não tem cura. Dados de 2019, da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia, apontam que as demências acometem cerca de 2 milhões de pessoas no Brasil, das quais 40% a 60% possuem Alzheimer. A idade é o principal fator de risco e, por isso, os idosos são a maioria.
A doença provoca a perda progressiva de neurônios em certas regiões do cérebro, o que causa, entre outros sintomas, dificuldade para a pessoa afetada acompanhar conversações e dirigir automóvel, ou faz com que o paciente repita a mesma pergunta várias vezes.
“A qualidade do cuidado depende não só das informações técnicas, mas principalmente da própria situação de vida de quem cuida”, comenta Débora Brasil, assistente social no Ambulatório de Geriatria da Policlínica de Taguatinga
A figura do cuidador, que muitas vezes é um familiar, é essencial para que o doente consiga realizar as atividades da vida cotidiana. O Alzheimer leva a uma situação de dependência. Considerando essa importância, além de todo suporte oferecido ao paciente, como acolhimento, avaliação social e tratamento, os profissionais de saúde também costumam fazer um trabalho paralelo com os cuidadores.
“Temos um olhar humanizado para pensar em como está a saúde desse cuidador, porque uma das demandas que chegam é a situação de sobrecarga. Muitas vezes o foco das reuniões familiares que promovemos é repensar a divisão desse cuidado e ampliar a rede de suporte”, comenta Débora Brasil, assistente social no Ambulatório de Geriatria da Policlínica de Taguatinga.
“Capacitamos esse cuidador a cuidar de si mesmo com a prática regular de atividade física, por meio de estratégias para prevenção de agravos como dor lombar ou, até mesmo, dores em articulações que podem impedir o cuidado direto com a pessoa com Alzheimer”, explica Hudson Pinheiro, fisioterapeuta que atua no mesmo ambulatório.
A Secretaria de Saúde tem 10 Ambulatórios de Geriatria, espalhados em todas as regiões de saúde, com equipes que incluem geriatras, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos e psicólogos
O foco é o fortalecimento físico e mental dessas pessoas, de modo que elas sejam capazes de dar uma melhor assistência ao familiar doente. Se o cuidador está bem e saudável, isso também reflete na saúde do idoso com Alzheimer, é o que enfatiza Débora Brasil. “A qualidade do cuidado depende não só das informações técnicas, mas principalmente da própria situação de vida de quem cuida”, finaliza a servidora.
Rede de atendimento
No total, a Secretaria de Saúde do DF oferece 10 Ambulatórios de Geriatria, espalhados em todas as regiões de saúde. Neles, os pacientes são atendidos por uma equipe interdisciplinar que inclui, entre outros profissionais, geriatras, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos e psicólogos.
Para ter acesso aos ambulatórios, o paciente com Alzheimer deve ser encaminhado pela equipe de Estratégia Saúde da Família (ESF), ainda na Atenção Primária, por meio da Central de Regulação.
*Com informações da Secretaria de Saúde do DF
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