O 58º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro culmina neste sábado, 20 de setembro, com a esperada cerimônia de premiação que consagrará os melhores filmes em diversas categorias. Além de reconhecer talentos cinematográficos, o evento proporcionará uma emocionante homenagem à icônica atriz Fernanda Montenegro no Cine Brasília, palco histórico deste importante festival.
O Encerramento de uma Edição Histórica
Reconhecido como um dos mais tradicionais e relevantes do calendário cultural brasileiro, o Festival de Brasília do Cinema Brasileiro celebra sua 58ª edição neste ano, marcando também seis décadas de existência. Consequentemente, a noite de sábado será dedicada à entrega dos cobiçados troféus Candango, símbolo de excelência na sétima arte nacional.
A saber, a cerimônia de premiação está agendada para as 17h, com a condução das atrizes Bárbara Colen e Maeve Jinkings como mestres de cerimônia. Por um lado, serão distribuídos prêmios em 14 categorias para longas-metragens; por outro, 12 categorias para curtas-metragens. Ambas as mostras, por conseguinte, premiam o melhor filme tanto pelo júri oficial quanto pelo voto popular, cujas cédulas são preenchidas pelo público após cada sessão.
Homenagens e Reconhecimentos Especiais
Além das categorias competitivas, o festival reserva momentos de grande significado com a entrega de prêmios especiais. Um dos pontos mais aguardados, por exemplo, é a concessão do troféu Candango pelo Conjunto da Obra à atriz Fernanda Montenegro. Aos 95 anos, a aclamada artista será agraciada em reconhecimento à sua extraordinária e longeva contribuição ao cinema brasileiro, um tributo que, certamente, emocionará os presentes.
Adicionalmente, a Medalha Paulo Emílio Sales Gomes será concedida à professora e pesquisadora Ivana Bentes. Esta homenagem destaca sua notável trajetória e seu significativo impacto na cultura cinematográfica do país. Em contrapartida, o Prêmio Leila Diniz será entregue à diretora Lucia Murat, celebrando, assim, sua obra cinematográfica pautada pela profunda reflexão política e social, temas sempre relevantes em sua filmografia.
Cine Brasília: O Coração do Festival
Uma das características mais marcantes e distintivas do Festival de Brasília é a posse de uma sede própria: o icônico Cine Brasília. Projetado pelo renomado arquiteto Oscar Niemeyer, este espaço foi inaugurado em 1960 como parte integrante do conjunto arquitetônico da capital federal, consolidando-se, desde então, como um patrimônio cultural.
Em outras palavras, o Cine Brasília tem sido o epicentro do festival desde sua criação, em 1965, inicialmente denominado Semana do Cinema Brasileiro. Ao longo dessas seis décadas, conforme observa Sara Rocha, diretora da edição atual, a curadoria mantém um foco inabalável na produção nacional inédita. “Os filmes são escolhidos a partir de uma ampla chamada pública, que alcança todo o Brasil, dando preferência a produções inéditas em Brasília”, detalhou a diretora, reconfirmando o compromisso do evento com a inovação.
A curadoria desta edição está sob a responsabilidade do diretor artístico Eduardo Valente, que, por sua vez, coordenou duas comissões de seleção independentes para as mostras de curta e longa-metragem. “Cada uma dessas comissões é composta por profissionais de notório saber e grande especialização em audiovisual, em curadoria, em realização e na conformação de programas, todos eles especializados no cinema brasileiro”, garantiu Sara Rocha, sublinhando a expertise por trás da seleção.
Programação de Encerramento
Posteriormente à cerimônia oficial de premiação neste sábado, o festival oferecerá uma sessão de encerramento especial. Deste modo, o público poderá assistir ao filme “A Natureza das Coisas Invisíveis” (2025), um longa-metragem da diretora brasiliense Rafaela Camelo. A obra narra a comovente história de amizade que surge entre duas crianças enquanto estão internadas em um hospital, prometendo uma experiência cinematográfica profunda e tocante para finalizar a programação.
Premiações Paralelas e o Amplo Alcance do Festival
Para além dos troféus oficiais do Festival de Brasília, o evento engloba uma série de mostras e premiações paralelas, evidenciando sua vasta abrangência e apoio à diversidade cinematográfica. Por exemplo, em sua 27ª edição, a Câmara Legislativa do Distrito Federal concede um troféu dedicado exclusivamente à produção de realizadores locais, participantes da Mostra Brasília de longas e curtas-metragens, incentivando o cinema regional.
Outras distinções incluem o Prêmio Zózimo Bubul, conferido pelo Centro Afrocarioca de Cinema e pela Associação dos Profissionais do Audiovisual Negro (APAN), que reconhece a contribuição de cineastas negros. Similarmente, o prêmio Caleidoscópio é concedido pela Federação Internacional de Críticos de Cinema (Fipresci) à melhor obra selecionada entre cinco filmes experimentais, valorizando a inovação. Finalmente, a Associação Brasileira dos Críticos de Cinema também anunciará, por meio de seu próprio júri, o que considera o melhor longa e curta-metragem da edição, ampliando ainda mais o reconhecimento dos talentos.